O Brasil quer fazer parcerias com o Uruguai para
expandir as redes de banda larga destinadas à
transmissão de dados de estudos científicos e
tecnológicos, tais como a Rede Nacional de Ensino e
Pesquisa (RNP), além de criar um centro binacional
para produzir software livre (com a formação de
recursos humanos) e um centro binacional de doenças
tropicais.
A afirmação é do ministro da Ciência e
Tecnologia, Aloizio Mercadante, que nessa
segunda-feira participou em Montevidéu do Encontro
Documental de Televisões Latino-Americanas e do
seminário Diálogo Brasil-Uruguai em Ciência,
Tecnologia, Inovação e Cultura. Segundo o ministro,
a intenção é usar o Fundo para a Convergência
Estrutural do Mercosul (Focem) em pesquisa e
desenvolvimento.
Mercadante lembra que o Focem é redistributivo e
inversamente proporcional ao Produto Interno Bruto
(PIB) per capita de cada país do bloco. O Brasil,
que tem a economia mais forte entre os parceiros do
Mercosul, recebe menos. Para os três próximos anos,
o Uruguai terá US$ 140 milhões do Focem. No total, o
Focem terá US$ 1 bilhão até 2016.
"A estrada do futuro é a internet", disse
Mercadante defendendo o uso de recursos para ciência
e tecnologia. O Uruguai já concluiu a inclusão
digital de todas as escolas públicas e distribuiu um
computador portátil para cada aluno. O país vizinho
também participa do projeto Mercosul Digital, para
criação de protocolos e procedimentos para estimular
comércio digital na internet para pequenas e médias
empresas, por isso o Brasil o considera um parceiro
estratégico nessa área.
O ministro avalia que é hora de se desenvolver
projetos de ciência e tecnologia, que integrem
cadeias produtivas e que reduzam as desigualdades e
assimetrias no Mercosul, a exemplo do que já foi
feito na União Européia. Mercadante sugeriu que o
Mercosul aproveite a integração para estruturar sua
indústria de medicamentos. "Queremos uma integração,
no futuro, em áreas mais estratégicas, como fármacos
e saúde pública".
"Nós precisamos de parcerias para
internacionalizar a ciência, para tocar experiências
de tecnologia, para criar patentes, para regulação
na área de fármacos, para desenvolver os genéricos",
acrescentou o ministro, em conversa por telefone.
Como o Brasil, o Uruguai e também a Argentina e o
Paraguai são extremamente dependentes do
fornecimento estrangeiro de matéria-prima para
produção de medicamentos e de equipamentos clínicos.
Agencia Brasil