A premissa das plataformas é simples: em vez de ir ao
Google e procurar pelos profissionais um a um, os sites
oferecem resultados baseados em critérios como
comparação de preços, qualificações e geolocalização.
Pelo outro lado, os profissionais saem ganhando ao pagar
comissão apenas por um negócio fechado ou indicação, em
vez de gastar dinheiro - sem retorno garantido - com o
AdWords do Google.
“A web oferece uma gama de empresas focadas na venda
de produtos, mas faltava uma plataforma voltada
exclusivamente para serviços. Nossa ideia é oferecer um
lugar onde seja fácil para o usuário comum pesquisar e
encontrar qualquer profissional”, afirma Eduardo
LHotelier, 26, sócio fundador do GetNinjas.
No ar desde o dia 18 do mês passado, o GetNinjas
permite que os profissionais anunciem seus serviços por
um preço pré-estabelecido. Dessa forma, é possível
comparar diferentes orçamentos. Criação de sites e de
cartões de visitas, aulas de canto, assistência
contábil, serviços de beleza, reformas de imóveis etc.
são alguns dos serviços ofertados pelo cerca de 2 000
profissionais já cadastrados no site, de acordo com a
empresa.
Por cada negócio fechado, o GetNinjas recebe uma
comissão do vendedor, que varia entre 10% e 15% do valor
do serviço. Os negócios somente podem ser fechados
online. Para entrar no ar, a empresa contou com um
aporte de 1 milhão de reais do fundo Monashees Capital.
Já o Indike tem como diferencial as indicações e
qualificações publicadas pelos usuários. Criado pelos
sócios Leandro Ramos, 30 anos, Thiago Lisboa, 28, e
Renan Gonçalves, 23, o site opera comercialmente desde
agosto deste ano.
Melhor que o Google?
“Se o usuário busca por um
médico no Google, basicamente, o
que ele vai encontrar é um
anúncio do profissional. No
Indike, por outro lado, ele pode
escolher um profissional a
partir de qualificações feitas
por outros clientes”, explica
Leandro, que há dois meses
deixou seu emprego como
coordenador de rentabilidade e
novos negócios no Itaú para se
dedicar a startup.
Nesse período, o site já
atingiu a marca de 1 500
profissionais cadastrados. Para
tornar a empresa lucrativa, o
trio pretende aliar a receita da
publicidade com o modelo de
negócios freemium, que oferece
recursos extras para
profissionais assinantes. A
expectativa é atingir a marca de
100 mil usuários cadastrados e 3
000 assinantes até julho de
2012. O Indike não intermedia a
negociação entre as partes,
deixando em aberto os contatos
dos prestadores de serviços.
O site já possui
profissionais cadastrados em 23
Estados e em quase todas as
capitais. Para viralizar, aposta
na integração com o Facebook e
com redes de e-mail, como Gmail,
Yahoo!, Hotmail etc.
Competindo pelo mesmo filão,
o Bougue pretende se destacar
oferecendo ao usuário orçamentos
selecionados a partir de
determinada região.
Funciona da seguinte forma:
após se cadastrar, o usuário
publica no site o tipo de
serviço o qual procura. Na
sequência, o site retorna uma
série de orçamentos de empresas
cadastradas. Por cada indicação,
o Bougue recebe uma comissão que
pode variar entre R$ 0,75 e R$
3. O acerto do negócio é feito
de forma direta entre o
comprador e o prestador sem
intermédio da plataforma.
Serviços de pet-shop, buffets,
construção e reforma e
publicidade e marketing estão
entre os mais procurados do
site.
“Os usuários procuram por
ferramentas que lhes permitam
solucionar suas necessidades de
maneira simples. Assim, nós os
ajudamos a escolher a melhor
empresa ou prestador de
serviço”, explica o fundador e
CEO da startup, Fernando Canuto.
Para 2012, o empreendedor
pretende levar o serviço para o
Rio de Janeiro, Brasília, Belo
Horizonte, Porto Alegre e
Fortaleza. “Após um ano do
lançamento queremos ter ao menos
um milhão de usuários. Até o
final de 2011, acreditamos que
alcançaremos ao menos 100 mil
cadastros”, afirma ele. Nos
primeiros dois anos, a empresa
pretende faturar 10 milhões de
reais. O serviço estreou em
agosto. Além deles, também
existe o AchaLá, que está no ar
desde fevereiro do ano passado.
Se a visão de negócios dos
empresários estiver certa, eles
podem abocanhar boa parte dos
profissionais que hoje recorrem
ao Google para aparecer na web.
“O Brasil possui cerca de 30
milhões de profissionais
liberais e autônomos. Não pode
ser que esse público todo fique
disperso sem um serviço para
agregá-los”, afirma Leandro, do
Indike. Resta saber se, depois
do boom, o gigante das buscas
também não estaria interessado
em ter sua própria solução para
a pesquisa de serviços.