Por Leonardo Veras e Airton Lopes, de INFO
Online
Feito para ferraristas, esse cockpit para jogos de corrida tem acelerador,
feio, volante e câmbio em uma única peça. O tempo de resposta do volante e dos
pedais durante corridas no INFOlab foi preciso. Porém, comparado com outros
simuladores de pilotagem para videogame, o Ferrari Wireless GT F430 perde em
realismo. Ele não conta com um sistema de feedback para reproduzir na direção o
efeito da força exercida sobre o carro nas curvas ou o comportamento das rodas
em uma derrapagem ou batida. A comunicação entre o equipamento o console é feita
por um sistema sem fio alimentado por quatro pilhas. Ou seja, nem é preciso
ligá-lo na tomada. Nos testes com o PS3 e Gran Turismo, o cockpit não foi
configurado automaticamente. As funções de comando precisam ser atribuídas
manualmente. Terminada a corrida, ele pode ser dobrado e transportado por uma
alça.
Descontando o adaptador de rede sem fio, que é uma espécie de pen drive
projetado para ser plugado no PlayStation ou no PC, o F430 é uma peça única.
Essa característica é importante porque torna o controle muito mais fácil de ser
instalado do que boa parte dos volantes para jogos, que normalmente exigem uma
mesa sólida. Além disso, é possível ajustar a haste que ligar o aro à pedaleira,
tornando o controle acessível a adultos e crianças. A chateação na hora de usar
o F430 se deve exclusivamente ao software que, como já mencionamos, exige que o
usuário especifique os comandos manualmente. Fora isso, não é difícil carregar o
volante consigo para uma seção de corridas na casa de um amigo.
No entanto, uma das razões por trás dessa vantagem é justamente a ausência de um
motor interno, que reagiria aos eventos do jogo para simular situações reais.
Pode-se argumentar que a pouca resistência do aro facilita a jogabilidade, mas
tal facilidade não necessariamente torna o jogo mais divertido. Mas não é
somente nesse ponto que o F430 quebra o realismo. O aro do volante é
consideravelmente menor de um aro real, o que causa estranheza em quem já é dono
de uma carteira de motorista. Ainda mais grave é o fato de que rotação máxima do
aro não passa de uma volta completa, ou seja, insuficiente para reproduzir o
grau de controle que um motorista tem sobre um carro real. Outra questão que
merece atenção é a ausência do câmbio e da embreagem, o que pode decepcionar os
fã da fórmula GT.
Se dirigir com o F430 não provoca aquela adrenalina que se sente ao brigar com
um motor pelo controle do aro, pelo menos é uma experiência mais completa do que
o teclado ou o Dual Shock do PlayStation podem proporcionar. Como já
mencionamos, o sistema de transmissão sem fio funcionou com precisão, sem
atrasos perceptíveis e com um alcance de aproximadamente 10 metros. Contudo, o
volante não se dá muito bem fora das pistas. Navegar pelos menus do PlayStation
com os escassos controles do F430 não é uma experiência agradável: você
provavelmente terá que manter o controle convencional conectado.
O propósito do F430 claramente não é proporcionar uma experiência realista como
o outro volante da Thrustmaster que testamos há algumas semanas, o TS500 RS. A
proposta aqui não é imersão, mas praticidade, e nesse ponto oF430 cumpre bem o
seu papel. Ainda assim, há que se considerar que, se você leva os jogos de
corrida tão a sério que está disposto a gastar 1.400 reais em um controle, é bem
provável que um volante com motor interno é uma máquina mais adequada aos seus
desejos.