Tira-teimaEngenheiros suíços realizaram
o primeiro teste de longa duração, em condições reais de
operação, com um veículo a hidrogênio.
Embora sejam comuns em campanhas de marketing das
principais indústrias automobilísticas, há vários entraves
tecnológicos rumo à viabilização total de um carro a
hidrogênio.
Pelo menos esse é o consenso entre os especialistas.
Mas os engenheiros do instituto EMPA não se deram por
vencidos e decidiram testa um carro a hidrogênio com a
tecnologia disponíveis hoje, e verificar se o que já está
disponível não seria bom o suficiente.
Robustez
A tecnologia de
célula a combustível a hidrogênio e motores elétricos
foi incorporada em um veículo utilitário, dedicado à limpeza
de ruas.
O veículo foi submetido a condições reais de operação na
cidade de Basel, durante três meses, inteiramente operado
pelos funcionários da companhia de limpeza.
O resultado foi melhor do que o esperado: ele só teve que
ir para a oficina uma única vez, para troca de uma bomba de
água e do conversor de tensão entre a célula a combustível e
as
baterias.
Segundo os técnicos, o teste demonstrou que as células a
combustível estão prontas para serem usadas em aplicações
reais do dia-a-dia, particularmente em nichos de aplicação,
como nos utilitários de serviços públicos.
Economia de combustível
A principal vantagem do veículo a hidrogênio é a economia
de combustível.
Em vez de 5 a 5,5 litros de diesel por hora - equivalente
a um consumo energético de 180-200 MJ/h - o utilitário a
hidrogênio gastou entre 0,3 e 0,6 kg de hidrogênio por hora
- equivalente a 40-80 MJ/h.
Deve ser levado em conta que o custo inicial do veículo a
hidrogênio é três vezes maior do que o mesmo modelo a
diesel. Mas os engenheiros argumentam que as células a
combustível, um componente importante do custo inicial,
custam hoje um décimo do que custavam há 10 anos, e essa
tendência está se mantendo.
No quesito emissão de poluentes, embora as células a
combustível só emitam vapor de água como resíduo, é
necessário levar em conta que o
hidrogênio hoje é produzido pela reforma do gás natural.
Ainda assim, o veículo a hidrogênio emitiu 40% menos CO2 do
que a versão a diesel, levando em conta todo o ciclo.
Sem vazamentos
Não foi detectada nenhuma ocorrência de vazamento de
hidrogênio, nem mesmo nas estações de reabastecimento, que
eram operadas pelos próprios funcionários do serviço de
limpeza da cidade, que usavam o veículo.
Os testes continuarão em outra cidade, uma vez que os
engenheiros pretendem observar o comportamento do veículo a
hidrogênio conforme suas peças se desgastam, a fim de
calcular o custo total no tempo de vida do veículo.