Implantes cerebraisTalvez não seja preciso apelar para a
eletricidade sem fios para alimentar marca-passos e outros implantes
médicos.
Engenheiros do MIT, nos Estados Unidos, desenvolveram uma célula a
combustível que gera eletricidade a partir do mesmo açúcar que abastece
as células humanas, a glicose.
A principal característica do dispositivo, contudo, é que ele já
nasceu visando a aplicação que se tem em mente: ele foi projetado para
ser implantado no cérebro humano.
Segundo os pesquisadores, quando totalmente desenvolvida, a célula a
combustível alimentada por glicose poderá ser usada para abastecer
sobretudo os delicados implantes cerebrais, que ajudarão pacientes com
paralisia a reconquistar seus movimentos.
Energia do açúcar
Rahul Sarpeshkar e seus colegas construíram a
célula a combustível sobre um chip de silício, o que permite que ela
seja integrada com outros circuitos eletrônicos miniaturizados, como é
típico dos implantes médicos, sobretudo aqueles voltados para inserção
no cérebro.
A ideia não é exatamente nova: uma célula a combustível alimentada a
glicose foi usada para alimentar um marca-passos nos anos 1970. Mas a
ideia foi abandonada com o surgimento das baterias de lítio, capazes de
fornecer uma potência maior.
Aqueles protótipos também usavam enzimas que se degradavam
rapidamente, inviabilizando o uso das células a glicose por longos
períodos.
Mas a nova célula a combustível construída em um chip de silício não
tem componentes biológicos: ela usa um catalisador de platina para
capturar elétrons da glicose, imitando a atividade das enzimas celulares
que quebram a glicose para gerar ATP.