Vírus de nascençaCerca de 20%
dos computadores comprados em diferentes
cidades chinesas estão infectados com
programas maliciosos ainda na fábrica,
segundo a Microsoft.
Na última quinta-feira, um tribunal da
Virgínia, nos Estados Unidos, deu à empresa
permissão para desativar uma rede de mais de
500 vírus que davam acesso aos computadores
das vítimas.
A decisão foi tomada após um relatório da
própria Microsoft, que dizia que
cibercriminosos passaram a se infiltrar em
cadeias de produção de computadores para
colocar vírus nos computadores.
Vírus Nitol
Investigadores da Unidade de Crimes
Digitais da companhia americana compraram 20
computadores em diversas lojas na China e
descobriram que pelo menos quatro deles já
estavam infectados com um vírus chamado "Nitol".
Este e outros programas maliciosos,
chamados de malware, permitem realizar
ataques a partir de computadores remotos,
roubar senhas de banco e até ligar
remotamente a webcam e o microfone da
máquina.
Nos últimos anos, a Microsoft conseguiu
permissões similares para combater vírus e
redes que controlam programas maliciosos.
Neste caso, a empresa disse ao tribunal
que a maioria dos servidores de internet
usados para controlar os computadores estava
na China, e alguns em estados
norte-americanos como Califórnia, Nova
Iorque e Pensilvânia.
Tolerância zero
A maior parte dos computadores infectados
com vírus Nitol se conectavam a um centro de
controle no domínio 3322.org, registrado em
nome de uma empresa de tecnologia chinesa.
Segundo a Microsoft, o domínio chinês
abriga, sozinho, 500 tipos de softwares
maliciosos.
O domínio 3322.org também vem sendo
associado a ataques e ações de espionagem
vindos da China contra empresas americanas e
europeias.
O proprietário da empresa registrada no
endereço, Peng Yong, disse à agência de
notícias Associated Press que não tinha
conhecimento da decisão americana e que sua
empresa tem uma política de "tolerância
zero" para atividades ilegais no domínio.
No entanto, ele afirmou que "não pode
negar o fato de que usuários podem estar
usando seus domínios para propósitos
escusos."