Mais de 36 milhões de euros foram roubados de 30 mil contas bancárias na Europa
no ataque cibernético denominado "Eurograbber", segundo um relatório publicado
nesta quarta-feira por duas empresas dedicadas à segurança de internet.
O ataque afetou computadores e telefones celulares entre janeiro e agosto deste
ano, segundo confirmou à Agência
Efe Mario García, diretor-geral
na Espanha da Check Point, fabricante de produtos de segurança online, que
descreveu o vírus como "simples, mas muito avançado".
Foi a Check Point que, no último mês de agosto, descobriu e denunciou o ataque à
polícia europeia, além de alertar as entidades bancárias afetadas. García
explicou à Efe o
procedimento de invasão do vírus: após acessar certos links, o "malware"
(software maligno) se instala no computador e permanece inativo até o usuário se
conectar com sua conta bancária.
Simulando ser o banco, o "malware" envia uma advertência ao usuário sobre
atualização e melhoria de segurança e solicita o número de celular, motivo pelo
qual o software maligno também afeta esse aparelho e interfere nas mensagens que
os bancos enviam como processo de autenticação.
Com a informação e o número de autenticação da transação, os criminosos podem
executar transferências paralelas às do próprio usuário. "Se você transfere, por
exemplo, 100 euros, eles podem roubar outros 100 e você não vê nenhum mudança,
nem na tela do computador, nem no celular", explicou García.
O dinheiro vai parar nas contas de terceiros aos quais os criminosos ofereceram
uma comissão em troca das transferências, acrescentou García. O diretor da
empresa reconheceu que existem "muito poucas possibilidades" de descobrir quem
são os infratores, mas que os bancos já foram alertados.
EFE