O governo americano classificou neste domingo como
"impasse" a situação da Conferência Mundial em
Telecomunicações (WCIT, na sigla em inglês), em
Dubai, e ameaçou se retirar do encontro - que vai
até sexta-feira. Tudo por causa da proposta
apresentada pelos Emirados Árabes de estender o
tratado da União Internacional de Telecomunicações
(UTI) da ONU à regulamentação da internet, enquanto
hoje a maior parte dos padrões se refere à
infraestrutura de telecomunicações tradicionais. As
informações são do
The Telegrapho.
A
proposta árabe é de que "governos, setor privado e
sociedade civil" tenham um papel na regulação da
internet. Há também intenção de que os 193
países-membros da ONU tenham papel equivalente na
fiscalização do sistema DNS - que garante que os
endereços da web funcionem, hoje controlado pela
ICANN, que presta serviço ao governo americano. A
coalizão que subscreve o texto tem 22 países, entre
os quais Rússia, Arábia Saudita, Argélia e Sudão.
Para os Estados Unidos e seus aliados, a proposta
é muito complexa para ser avaliada em tão pouco
tempo, até o final da conferência. Fontes próximas
ao assunto, por outro lado, acreditam que a
preocupação americana é desnecessária, uma vez que a
UTI já afirmou que o novo tratado deve ser aprovado
por todas as partes.
Em um vídeo postado no domingo, o embaixador
americano no WCIT, Terry Kramer, alegando que dar
mais poder ao governo sobre as companhias de
internet poderia prejudicar a liberdade de
expressão. "Abre-se a porta para que haja revisão de
conteúdo e censura potencial dessa forma, isso vai
criar um ambiente apreensivo na internet",
argumentou Kramer. "Exatamente agora parece que
estamos num impasse por causa de diferenças
filosóficas", completou.