A página falsa desapareceu 11 dias depois, tão misteriosamente
quanto havia surgido.
As fraudes estão por toda a internet. O Twitter, que permite
pseudônimos, está cheio de seguidores falsos e já foi usado para
espalhar boatos. Resenhas falsas são um problema constante em
sites de consumidores.
Para o Facebook, a maior rede social do mundo, esse é um
problema agudo, pois põe em questão sua premissa básica. O
Facebook sempre se promoveu como uma comunidade onde as pessoas
usam suas identidades reais.
"Curtir" fraudulentos prejudicam a confiança dos anunciantes,
que querem cliques de pessoas reais para as quais eles possam
vender. As fraudes também podem arruinar a credibilidade dos
resultados da máquina de busca que o Facebook diz estar
construindo.
O site recentemente intensificou os esforços para expulsar
perfis fraudulentos.
É razoavelmente fácil criar perfis falsos no Facebook.
Centenas deles podem surgir simultaneamente com a ajuda de
robôs. Muitas vezes, eles convencem usuários a aceitá-los como
amigos em uma tentativa de disseminar malwares (software
maliciosos). Amigos e "curtir" falsos do Facebook são vendidos
na web para aqueles que querem reforçar a sua imagem. Cupons
falsos para refeições e prêmios podem aparecer no Facebook com a
finalidade de enganar os incautos para que eles revelem suas
informações pessoais.
Estudantes usam nomes falsos para proteger seu conteúdo no
Facebook dos olhos de futuros empregadores.
Respondendo ao inquérito da Comissão de Câmbio e Valores, no
verão passado, a empresa disse que, de seus 855 milhões de
usuários ativos, 8,7%, ou 83 milhões, eram perfis duplicados,
falsos ou "indesejáveis" (disseminavam spam).
Joe Sullivan, o encarregado de segurança no Facebook, disse
que a companhia tem um novo sistema automático para expurgar os
falsos "curtir". Há um alerta quando um usuário envia centenas
de solicitações de amizade ao mesmo tempo, explicou Sullivan, ou
publica um link para um site que é conhecido por conter vírus.
Os suspeitos de fraude são advertidos e podem ser suspensos.
No outono, o Facebook anunciou parcerias com empresas
antivírus. Os usuários do site podem baixar uma cobertura
antivírus grátis ou paga para ter proteção contra malwares.
A nova agressividade do Facebook em relação aos falsos
"curtir" ficou explícita em setembro, quando páginas de marcas
começaram a ver o número de seus fãs cair visivelmente.
No entanto, o próspero mercado de fraudes torna difícil
manter a vigilância. A empresa de pesquisas Gartner estima que,
atualmente, menos de 4% das interações em mídias sociais são
falsas. Porém, elas poderão passar a ser mais de 10% até 2014.
Os usuários falsos e suas postagens terão de ser contidos
agressivamente se o Facebook quiser expandir sua função de
busca, disse Shuman Ghosemajumder, cuja start-up, Shape Security,
concentra-se em fraudes automatizadas na web. Se você está
procurando um laptop, por exemplo, o Facebook tem de garantir
que os resultados da busca sejam confiáveis.
A ubiquidade do Facebook também estimula a criação de perfis
falsos. Colleen Callahan, 25, estava no colegial quando começou
a ficar receosa de que suas fotos em festas pudessem ser
encontradas por um futuro patrão. "Não quero que as pessoas
interpretem as fotos de um modo errado", disse. Por isso, ela se
tornou Colleen Skisalot. Ela ainda usa o nome, apesar de estar
empregada em uma agência de publicidade que tem clientes que
anunciam no Facebook.