Cansado de seu
casamento, pouco sexo? A
um ano de sua chegada ao
Brasil o famoso site
para encontros
extra-conjugais Ashley
Madison já recrutou um
milhão de pessoas que
buscam uma aventura,
transformando o país que
esbanja sensualidade em
um dos maiores mercados
desta empresa canadense.
Presente em 24 países de
todo o mundo, o site foi
criado há 10 anos. Nos
Estados Unidos há oito
milhões de usuários,
seis no Canadá e um
milhão no Brasil, que
tem o crescimento mais
explosivo em número de
clientes e quantidade de
dinheiro investido nas
tentações que oferece.
"O povo brasileiro
tem uma tendência ao
prazer, ao sexo e à
diversão", explicou à
AFP Eduardo
Borges, responsável do
portal no País. "A isso
se uniu o gosto pela
tecnologia, a vontade de
se comunicar e a
conhecer mais pessoas.
Os brasileiros são os
que mais utilizam o
Facebook, por exemplo",
afirmou.
No Brasil, juntam-se
a fome com a vontade de
comer para dar lugar a
esta equação bem
sucedida que, segundo
Borges, não promove a
infidelidade, mas sim
que oferece alternativas
para realizá-la de forma
correta. O 'know how' é
exatamente no que Ashley
Madison baseia sua
chamativa publicidade,
que recorre a famosos
casos de infidelidade
como o do ex-presidente
norte-americano Bill
Clinton ou do príncipe
Charles da Inglaterra.
"Começamos no Brasil
no fim de agosto de
2011. Minha expectativa
era ter 500 mil usuários
em um ano, mas chegamos
a mais de 800 mil. Vamos
fechar 2012 com mais de
um milhão, um
crescimento muito maior
do que esperávamos",
acrescentou.
Com 17 milhões de
usuários no mundo, o
site faturará cerca de
US$ 120 milhões em 2012,
mas Borges não quis
revelar quanto desse
dinheiro foi aportado
por brasileiros.
"Brasil é o segundo
maior mercado em
faturamento", explicou
brevemente,
acrescentando que antes
do final de ano esperam
abrir um escritório em
São Paulo, o primeiro
fora do Canadá. "O
Brasil é a 'menina dos
olhos' do Ashley Madison,
o mercado com maior
crescimento", afirmou.
Para buscar um par ou
aventuras fugazes há uma
grande variedade de
sites no Brasil, onde
também estão presentes
outros destaques
mundiais do setor como
eHarmony ou Second Love,
outro especializado em
relações extraconjugais.
Com 80 milhões de
usuários de internet, o
país é um dos líderes
mundiais no uso de redes
sociais como Facebook ou
Twitter.
O site foi pensado
para as mulheres. Elas
não pagam nada para se
registrar nem por fazer
contato com os homens,
que são os que devem
pagar para enviar
e-mails, mensagens de
chat, desenhar corações
ou usar outras técnicas
de sedução virtual. Cada
pacote de 100 créditos,
que permite contatar 20
mulheres em média, tem
um custo de US$ 25.
Fotos de torsos nus,
rostos com olhar
penetrante; adjetivos
como "sensível e
carinhoso, criativo e
aventureiro": todos os
recursos são válidos
para compensar o
investimento.
"Me manda uma foto?"
é a primeira coisa que o
usuário 'Guto' pergunta
quando a AFP o
contata. Diz ser casado
há 21 anos e afirma que
entrou no site em março
e que já comprou 4.000
créditos para buscar
aventuras. "Gastei mais
do que queria, mas já
consegui alguns
contatos. Até agora tive
dois encontros de sexo
casual, duas boas
experiências", contou.
Ao completar um ano
no Brasil, o Ashley
Madison lançou o
programa "amante
garantido", para que
cada pessoa que se
registre tenha a
segurança de que terá
uma aventura. Em caso de
insatisfação, o dinheiro
é devolvido. "Até agora
ninguém pediu a
devolução do dinheiro",
afirmou Borges.
David Benoliel,
encarregado regional do
site, disse: "A
aceitação na América
Latina, com 1,6 milhão
de usuários, foi
assombrosa, apesar de
sermos conscientes de
que íamos encontrar
muitos tabus sociais e
religiosos".
O Ashley Madison está
em México, Colômbia,
Venezuela, Chile,
Argentina e Porto Rico,
além do Brasil, onde 70%
dos usuários são homens.
Para os responsáveis
pelo site, uma
infidelidade é quase a
receita perfeita para
salvar um casamento
desgastado, devolvendo a
alegria a um cônjuge
insatisfeito.
"Se falta algo em seu
casamento, mas não quer
se divorciar, aqui tem
onde encontrar o que
busca. Não criamos a
traição, apenas a
aperfeiçoamos", afirmou
Borges.