Fotossensor biomiméticoA visão dos robôs é normalmente
fornecida por câmeras, que captam o ambiente ao redor e repassam as
informações para um processador, que interpreta essas imagens.
Um dos inconvenientes dessa abordagem é que o aparato todo é grande e
consome muita energia, um grande problema para os robôs móveis,
principalmente para aqueles que devem operar de forma autônoma por
longos períodos, como os
robôs submarinos ou os
robôs voadores.
Yoshiko Okada-Shudo e seus colegas da Universidade de Chofu, no
Japão, foram encontrar nas bactérias uma inspiração para construir
melhores olhos robóticos.
A pesquisadora criou um biofotossensor usando uma proteína sensível à
luz retirada de uma bactéria que vive em ambientes muito salgados (Halobacterium
salinarum).
Equivalente ao olho humano
O pigmento avermelhado, chamado bacterio-rodopsina, é similar à
rodopsina existente nos bastonetes dos olhos humanos.
"Quando excitada pela luz, a molécula transporta prótons para fora da
célula bacteriana. A alteração do pH resultante gera uma fotocorrente
transiente somente quando a luz é ligada ou desligada. Esta propriedade
única é semelhante à observada nos neurônios da retina, mas muito
diferente daquela dos semicondutores convencionais," explicam os
pesquisadores.
As células foram colocadas em um sanduíche de placas de vidro
recobertas com eletrodos de ITO, o mesmo material usado nas telas
sensíveis ao toque.
A resposta à luz - a fotocorrente gerada pelo fotobiossensor - é lida
depois de ter sido convertida em tensão e amplificada, tudo dentro do
próprio sensor.
"Nossos testes confirmaram que o desempenho do fotossensor é
comparável ao do olho humano," escreve o grupo.
Embora ainda tenha que ser avaliado do ponto de vista da robustez, o
novo fotossensor biomimético é promissor por acomodar todo o aparato
necessário para a
visão artificial dentro de um único componente - e um componente que
não vai drenar a energia das baterias do robô.