O estudante de Sistemas de Informação Lucas Sormani, 23, almoçava em um
restaurante quando pensou que copos inteligentes poderiam evitar desperdício.
"Imaginei quanto dinheiro aquele estabelecimento perderia com a falta de
controle no sistema de refil", diz ao Olhar Digital. O insight
virou um projeto em busca de patrocínio.
Sormani quer acoplar chips a copos de 300 ml e 500 ml para medir a quantidade de
bebida consumida. As informações seriam enviadas para uma máquina capaz de
avaliar se o cliente tem direito a reposição com base no que foi comprado. Em
caso afirmativo, o copo é preenchido automaticamente ou o crédito pode ser
armazenado; em caso negativo, há a opção de adquirir mais. "O cliente também tem
direito a querer só mais um ou dois goles", reforça.
Tudo ainda não passa de um protótipo, mas o estudante tem planos ambiciosos.
Ele pretende levar o projeto apelidado de 'copo-comanda' para restaurantes em
escala nacional. Ao comprar crédito em São Paulo ou no Rio de Janeiro, por
exemplo, o consumidor poderá usá-lo em franquias localizadas em qualquer lugar
do país. Para ter acesso à tecnologia, cada comprador precisará de um cadastro,
de onde sairão as informações dos relatórios repassados aos estabelecimentos. A
expectativa é que cada loja tenha seus próprios copos personalizados.
A parte mais complexa e cara do projeto é a construção da máquina (veja
abaixo). O protótipo em desenvolvimento para 'conversar' com apenas um copo
está estimado entre R$ 3 mil e R$ 4 mil, financiamento feito com a ajuda dos
pais. Assim que disponível, o sistema funcionará automaticamente, sem a
necessidade de operadores humanos.
O plano de patrocínio acerca do projeto é incerto, porque o estudante ainda
não sabe se ganhará dinheiro com a venda da máquina em si ou com o aluguel do
programa. Por enquanto, ele diz manter conversas com empresas especializadas em
sistemas de refil.
No começo do ano o 'copo inteligente' esteve na Campus Party, participação que
rendeu ao universitário um curso ministrado pelo Sebrae - Serviço de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas. Se conseguir transformar seu insight em uma empresa,
ele terá à disposição auditoria gratuita nos seis primeiros meses de vida como
empreendedor.
Enquanto não chega lá, Sormani se resguarda no campo judicial e diz estar em
busca da patente de sua ideia.
Olhar Digital