Uma câmera de vídeo instalada em uma bola de futebol poderia registrar imagens nunca vistas, desde uma disputa acirrada, até uma viagem direto para o gol ou para a cesta.
A dificuldade é que, ossos do ofício, a bola costuma rolar.
Assim, salvo raras exceções, tudo o que a câmera-bola conseguirá captar serão cenas de dar enjoo em qualquer um.
Kodai Horita e Kris Kitani, das universidades de Eletrocomunicações de Tóquio (Japão) e Carnegie Mellon (EUA), encontraram uma solução.
A dupla desenvolveu um algoritmo de processamento de imagens que retira os quadros indesejáveis do filme, criando uma cena contínua e suave, mostrando o ponto de vista da bola conforme ela viaja de um jogador a outro.
Por enquanto eles testaram a técnica em uma bola de futebol americano, mas um revestimento transparente forte o suficiente permitirá transformar um dos gomos das bolas de futebol, ou de qualquer outro esporte, como vôlei ou basquete, em uma janela para a objetiva da câmera.
Câmera voadora
Conforme a bola gira, a câmera captura uma sucessão de quadros que inclui o chão, o céu, seu ponto de partida e seu ponto de destino - e tudo entre esses intervalos.
O algoritmo usa o céu como ponto de referência para determinar o que é origem e o que é destino. A seguir, ele "limpa" o filme, descartando o que não interessa.
Os quadros de interesse são compostos em um mosaico único, gerando um filme com um campo de visão mais largo do que a câmera conseguiria capturar em um único voo da bola mesmo que elas estivesse perfeitamente estabilizada.
Dificilmente as entidades esportivas aprovarão essas bolas com olhos, mas o aparato promete vídeos interessantes para apresentações e divertimento, sobretudo nos intervalos dos jogos.
Os pesquisadores planejam uma segunda versão da técnica, que empregue uma câmera mais rápida para evitar borrões nas imagens, e um aprimoramento do algoritmo para eliminar completamente as distorções criadas pelo rápido movimento da bola.
Inovação Tecnológica