Há poucos dias, pesquisadores apresentaram uma nova tecnologia que permitirá o uso de microLEDs injetáveis para manipular o cérebro com luz.
Agora, uma equipe francesa deu mais um passo rumo à superação dos eletrodos que hoje são espetados no cérebro para ler as atividades neurais ou induzir impulsos elétricos para tratar condições como a epilepsia.
Dion Khodagholy e seus colegas da Escola Superior de Minas de Gardanne criaram os primeiros transistores orgânicos capazes de amplificar e gravar os sinais diretamente do cérebro.
Usar um transístor em lugar de um eletrodo comum é um salto qualitativo sem precedentes.
Os sinais neurais são muito fracos, precisando ser amplificados para serem lidos e registrados pelos computadores ou equipamentos médicos.
Hoje, os eletrodos capturam o sinal e o levam até o lado de fora do crânio, onde são amplificados para serem analisados.
Um dos vários problemas dessa técnica é que a viagem de um sinal tão frágil através dos eletrodos e dos fios até o amplificador gera uma quantidade de ruído muito grande.
Amplificador cerebral
Agora, os próprios transistores poderão fazer a amplificação diretamente no interior do crânio, enviando para fora um sinal muito mais forte e preciso.
O sinal que chega ao equipamento é 10 vezes mais forte do que o sinal de um eletrodo comum.
Os transistores são biocompatíveis e flexíveis o suficiente para acompanhar as curvas do cérebro. Nos experimentos em animais, os cientistas não detectaram sinais de rejeição.
O Dr. George Malliaras, coordenador do estudo, afirma que a inovação deverá dar um novo impulso ao campo da bioeletrônica, que busca fazer o acoplamento entre a eletrônica e o mundo biológico, permitindo, por exemplo, o controle de próteses e outros equipamentos apenas com o pensamento.
Inovação Tecnológica