Um ano depois de abrir seu capital na Bolsa, o Facebook enfrenta pressão dos investidores para tratar do temor de que jovens estejam perdendo o interesse pelo serviço.
Os adolescentes e as pessoas na casa dos 20 e poucos anos são críticas para o futuro do Facebook --da mesma que forma que foram essenciais durante a ascensão do serviço, uma década atrás.
A chegada de parentes mais velhos ao Facebook é um dos motivos que adolescentes citam para perder interesse e adotar sites que permitem pseudônimos, como Tumblr, ou apps de mensagens, como e Snapchat, mais apropriados para conversas entre grupos de amigos.
Nenhum desses serviços recria a gama de recursos do Facebook,
mas isso está se tornando menos importante à medida que as
pessoas trocam os computadores por aparelhos móveis.
Nos aparelhos móveis, a norma é alternar entre múltiplos apps
especializados, e não usar um mesmo site para executar diversas
funções.
Em seu balanço divulgado em fevereiro, a rede criada por Mark Zuckerberg não revelou dados sobre como as diferentes faixas etárias utilizam o serviço.
Em lugar disso, aponta para o impressionante crescimento em sua base geral de usuários: 1,1 bilhão de pessoas usavam o serviço ao menos uma vez por mês.
Do total, cerca de 665 milhões de pessoas --ou 10% da população do planeta-- usavam o site todos os dias.
Quando questionado por analistas este mês, David Ebersman, vice-presidente financeiro do Facebook, definiu como "lenda urbana" a crença de que os jovens estavam se afastando do serviço. Embora pesquisas demonstrem que os usuários mais jovens vêm usando outros serviços com frequência cada vez maior, Ebersman disse que era um erro imaginar que o ganho de alguns represente perda para outros.
Existem sinais de que o Facebook está perto de atingir seu ponto de saturação ou mesmo perder terreno entre os jovens norte-americanos, que o conduziram à sua posição de liderança.
Quase 40% dos usuários do Facebook com idades entre 18 e 29 anos disseram que antecipavam dedicar menos tempo ao serviço em 2013, segundo pesquisa da Pew Research Center.
Só 1% previa dedicar mais tempo a ele.
Para Benedict Evans, da consultoria Enders Analysis, o principal desafio do Facebok é a rapidez com que os usuários, especialmente os mais jovens, vêm adotando os serviços móveis.
"Não está claro que tenha descoberto e definido a melhor resposta para a experiência social móvel correta".
O site norte-americano enfrenta a concorrência de mais de uma dúzia de aplicativos sociais móveis com mais de 100 milhões de usuários, alguns dos quais tão importantes quanto o Facebook em determinados países.
Folha Online