O conceito de "Lean Manufacturing", ou, "manufatura enxuta", criado pela Toyota, desencadeou uma revolução na indústria, levando as montadoras a um novo patamar de produtividade. A ideia era desenvolver com agilidade, qualidade, desperdício mínimo e melhoria contínua. Agora, o conceito 'lean' (enxuto) chega também ao empreendedorismo.
Durante o IBM Innovate Summit 2013, realizado em Orlando (Estados Unidos), Eric Ries, autor do livro "The lean startup" ("A startup enxuta", em português) apresentou os principais conceitos do desenvolvimento rápido de negócios. Segundo ele, o fracasso é parte inevitável do processo de descoberta, portanto, melhor do que planejar uma ideia, é executá-la.
"Ao invés de fazer planos complexos baseados em várias hipóteses, o ideal é fazer experimentos e isso só acontece quando você coloca seu produto no mercado. É o tal do produto mínimo viável" (MVPs), que vai te mostrar o que está certo e errado", comenta Ries.
Para ele, o ciclo comum de desenvolvimento de negócios, que se baseia na ideia, construção, mensuração, coleta de dados, análise e aprendizado, deve ser substituído por algo muito mais simples: ideia, mensuração e aprendizado.
O objetivo é chegar ao conceito certo do produto, identificar quem são os clientes dispostos a pagar por ele e descobrir se é possível montar um negócio sustentável - evitando desperdício de recursos (tempo, dinheiro, motivação, etc).
A proposta de Ries é enxugar custos e validar as possíveis mudanças no produto com os próprios consumidores, algo que o Facebook costuma fazer com frequência. Victor Medeiros, brasileiro e engenheiro de software da rede social, afirmou ao Olhar Digital que a empresa de Mark Zuckerberg segue o conceito 'lean'. (saiba mais aqui). “Eles preferem que você crie um produto rápido e vá acertando os detalhes depois do lançamento, do que demore mais tempo para desenvolver algo redondo”, explicou o brasileiro.
Outro exemplo de 'lean startup' é a rede social de moda 'Fashion.me'. O cofundador do site Flavio Pripas comentou em entrevista ao Olhar Digital que a empresa nasceu de experimentos e, mesmo após cinco anos de vida, continua seguindo a teoria de testes. (saiba mais aqui)
"Hoje em dia eu acho praticamente impossível um investidor apoiar uma ideia apenas, pois está muito fácil de executá-las. Eles vão investir nas pessoas que demonstram capacidade de execução, por isso que um protótipo, de 10% a 20% do que será a ideia, é essencial para vendê-la. O investidor precisa ver o produto mínimo viável", disse.
Olhar Digital