O cofundador da Microsoft e filantropo Bill Gates se uniu nesta terça-feira aos que apoiam a criação de uma rede social exclusivamente destinada a promover descobertas científicas, como remédios para salvar vidas.
Gates e outros executivos investiram US$ 35 milhões na página com sede em Berlim ResearchGate, iniciada há cinco anos por três amigos na tentativa de tornar mais fácil a colaboração entre cientistas e o compartilhamento de informações científicas.
"Nosso objetivo é liberar o conhecimento de sua torre de marfim, digitalizando-o e o tornando acessível para todo mundo com a finalidade de acelerar o progresso científico", afirmou o cofundador e presidente do ResearchGate, Ijad Madisch.
"Estamos emocionados de incluir no nosso grupo investidores cujo objetivo está perfeitamente de acordo com o nosso e que compreendem a importância do que estamos fazendo, não só para a ciência, mas para a nossa sociedade", acrescentou.
A lista de investidores no ResearchGate inclui Founders Fund e Benchmark, no Vale do Silício. Madisch, um virologista e cientista da computação, estava trabalhando na pesquisa em Boston quando se irritou com a possibilidade de que outros tivessem gasto dinheiro e tempo exatamente nas mesmas experiências fracassadas que ele estava desenvolvendo.
"Estava muito frustrado com o fato de que a ciência não funciona", afirmou. "Meu objetivo principal é facilitar descobertas (científicas) ao conectar as pessoas adequadas entre eles", disse.
Os usuários que quiserem ingressar no ResearchGate precisam ter endereços de e-mail de instituições científicas. A rede cresceu até ter 2,9 milhões de membros em 193 países, principalmente de Alemanha, Índia, Grã-Bretanha e Estados Unidos.
"Assim como pude ver no LinkedIn e no Facebook, uma verdadeira e eficaz rede de negócios como o ResearchGate tem o poder de mudar o mundo", disse o sócio geral da Benchmark Matt Cohler, que faz parte da Junta Diretiva do ResearchGate.
"Estamos só começando a ver o impacto transformador de eliminar as barreiras arcaicas da colaboração e compartilhar" informação científica.
Entre as vitórias conquistadas por esta comunidade online está a causa da morte de uma menina na África, compartilhada por um cientista nigeriano com um professor na Itália que descobriu uma perigosa levedura que sofreu mutação das plantas para os seres humanos.
"Isto não teria sido possível se não tivessem connectados ao ResearchGate", afirmou Madisch ao relatar a história.
"Temos outros exemplos, na química verde, na pesquisa de câncer ou na engenharia", continuou.
A terceira onda de financiamento permitirá ao ResearchGate fortalecer sua plataforma para publicar resultados e construir ferramentas de software para membros, segundo Madisch.
O ResearchGate está contemplando o potencial de ganhar dinheiro com painéis onde mostrar trabalhos com os quais as empresas ou os colégios podem recrutar talentos e com anúncios focados nas necessidades de equipamento para experiências.
Os dados no ResearchGate continuarão gratuitos e abertos. "Chamo de ciência aberta", disse Madisch. "Isto beneficia a todos".