O estudo, realizado pela universidade de Utah, nos EUA, mostrou que usar sistemas ativados por voz causaram o maior nível de distração nos motoristas entre todas as outras atividades testadas. A pessoa que está interagindo com essa tecnologia tem menos chances que os que realizaram outras atividades de identificar pedestres em uma faixa de segurança.
Além disso, os motoristas apresentaram atividade menor no cérebro em redes associadas à condução de veículos, indicando que elas foram debilitadas pela interação com a tecnologia.
As montadoras afirmam que os sistemas não apenas reduzem o perigo de usar smartphones ao volante, como também atendem à necessidade das pessoas de estarem sempre conectadas à internet, mesmo enquanto dirigem.
Em alguns carros de luxo, como o sedan BMW 7, os motoristas podem ditar e-mails e mensagens de texto. Já o compacto Chevrolet Sonic, por exemplo, tem um sistema que permite compor textos verbalmente em um iPhone conectado ao veículo.
Mais da metade de todos os carros novos terão algum tipo de tecnologia de reconhecimento de voz em 2019 nos EUA, de acordo com a consultoria especializada em eletrônica IMS Research.
"Nós estamos preocupados com qualquer estudo que sugira que o uso de smartphones com as mãos tenha um risco comparável ao uso de sistemas ativados por voz que estamos colocando em nossos veículos", declara Gloria Bergquist, vice-presidente para assuntos públicos da Aliança de Manufatura Automobilística de Washington. "É uma sociedade conectada, as pessoas querem continuar conectadas no carro, assim como quando estão em casa ou em qualquer outro lugar."
O estudo pode dar origem a uma batalha entre advogados especializados em segurança e a indústria automobilística, uma vez que esses novos sistemas se tornam cada vez mais lucrativos.
O governo dos EUA, que já fez um alerta para montadores para que elas ofereçam uma quantidade limitada de tecnologia nos carros, informa que irá avaliar a nova pesquisa.
Folha Online