David Conklin e seus colegas da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, trabalham com nanoestruturas plasmônicas - materiais fabricados a partir de nanopartículas metálicas - e moléculas orgânicas sensíveis à luz, chamadas porfirinas, muito usadas nas pesquisas de fotossíntese artificial.
Em 2010, a equipe conseguiu fabricar uma nanoestrutura plasmônica que gera e distribui uma corrente elétrica através de um encadeamento molecular.
Agora, o grupo provou que a conversão das radiações ópticas - a luz - em uma corrente elétrica deveu-se aos chamados "elétrons quentes", produzidos pelos plásmons de superfície, e não à própria molécula porfirina.
"Em nossas medições, em comparação com a fotoexcitação convencional, observamos aumentos de três a 10 vezes na eficiência do nosso processo," disse a professora Dawn Bonnell, orientadora do estudo. "E nós nem sequer otimizamos o sistema. Em princípio, você pode imaginar um enorme aumento na eficiência."
A grande vantagem dessa técnica é que o processo de "coleta" dos elétrons quentes induzidos pelos plásmons de superfície pode ser configurado para diferentes aplicações simplesmente alterando o tamanho e o espaçamento das nanopartículas.
Com isso, altera-se o comprimento de onda da luz a que os plásmons respondem.
"Você pode imaginar a tinta do seu laptop funcionando como uma célula solar para alimentá-lo usando apenas a luz," disse Bonnell. "Esses materiais também poderão otimizar os dispositivos de comunicação, tornando-se parte de circuitos moleculares eficientes."
Células solares plasmônicas
Plásmons de superfície são oscilações coletivas de elétrons induzidos pela incidência da luz sobre uma superfície metálica.
O fenômeno é tão interessante que já resultou na criação de uma nova área de pesquisas, chamada plasmônica.
"Estamos entusiasmados por termos encontrado um processo que é muito mais eficiente do que a fotocondução convencional", concluiu Bonnell.
Inovaçao Tecnologica