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Flor da pele
Chega ao Brasil tratamento para o rosto à base
de plantas como o hibisco
Eliane Lobato
A indústria da beleza é pródiga em lançar
opções para quem anseia ter uma pele de pêssego. E agora surge mais uma que
promete suavizar as linhas do rosto. Está chegando ao Brasil um ácido feito à
base de flores. A fórmula é do cientista francês Albert Laport, presidente da
GERnetic International, empresa que apresentou a novidade ao mercado europeu no
ano passado e que já tem clientes em 48 nações. As flores usadas são
hibisco, lis, pluméria e frésia, das quais se extrairia o alfahidroxiacido (AHA),
substância utilizada nos peelings (procedimento estético que promove a descamação
da pele). “O AHA é um ácido natural das frutas. E
também está nas flores”, assegura Maria Celina Meirelles, diretora
da Millenial, que se prepara para vender o produto em larga escala
no País até o fim do ano.
De acordo com o fabricante, o ácido à base de
flores, batizado
de GERnetic, hidrata e ajuda a rejuvenescer o rosto, porém sem descamar a cútis
ou provocar vermelhidão, como pode acontecer
com a maioria dos peelings.
Seria, portanto, uma alternativa suave, própria
para as pessoas que não querem se esconder do sol enquanto fazem um tratamento
estético. Algumas clínicas
de estética do Rio de Janeiro estão oferecendo a novidade. A modelo Vanessa de
Oliveira é uma das clientes. Embora receba elogios à pele de bebê, ela se
queixa de ruguinhas e de sardas. A modelo fez apenas duas aplicações
do ácido, mas afiança que está vendo resultados. “O que mais me
chamou a atenção é que parece que a pele fica iluminada, limpa.
Estou adorando”, declara.
Ao final da aplicação do produto sobre o
rosto – que dura aproximadamente uma hora – é usado um creme hidratante. Em
princípio, pode ser utilizado sobre qualquer tipo de pele, desde que não haja
irritação ou acne inflamada. O tratamento exige, no mínimo, dez aplicações
em clínicas e outras dez, de uma versão mais suave, que podem ser manuseadas
pelo cliente, em casa. A periodicidade varia de pessoa para pessoa: semanal,
quinzenal, mensal. O preço muda de acordo com a clínica, mas uma aplicação
custa em média R$ 150.
Para Beatriz Döhler, especialista em estética
da Clínica Vitée, no Rio de Janeiro, o ácido floral também é indicado para
preparar a pele do rosto para uma cirurgia plástica. “A técnica fortalece a
musculatura e atua no combate à flacidez, às rugas e ao envelhecimento
precoce”, afirma. Os médicos, no entanto, são cautelosos ao comentar o novo
produto. “Ainda não vi uma pesquisa científica comprovando os efeitos. Eu não
uso”, diz o renomado dermatologista carioca Walter Guerra Peixe. A esteticista
Mariah D-Alcantara, da Clínica By Maira, também no Rio, teve receio quando
ouviu falar do produto pela primeira vez e resolveu testá-lo na própria pele.
“Apliquei em meu rosto e pude comprovar a delicadeza e a eficácia”, diz.
Por ter o apelo da natureza, o ácido floral entra na frenética e lucrativa
competição por fórmulas de beleza, com a vantagem de corresponder ao desejo
do consumidor por produtos menos agressivos.
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