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Cracker
brasileiro de 17 anos é preso no Japão
Helena Nacinovic
Um rapaz brasileiro de 17 anos foi preso na última sexta-feira no
Japão, acusado de acessar ilegalmente sistemas de informática
e alterar seu conteúdo. O adolescente, que nasceu no Brasil, mora na
cidade de Otawara, Japão, e supostamente fazia parte do grupo de defacers
(desfiguradores de sites) Cyber Lords, que já alterou mais de mil sites
em vários países. Os espelhos de todos os sites desfigurados podem ser
vistos aqui.
Durante a prisão, o jovem teria dito que o grupo Cyber Lords tem outros
sete membros em vários países, incluindo os EUA, Brasil e Portugal. Ele
também disse, segundo os investigadores japoneses, que a motivação para
os ataques seria se fazer notar para conseguir um emprego na indústria de
segurança da informação. Esta afirmação é coerente com o que se
observa na prática. Muitos crackers adolescentes, apesar de criticarem o
sistema, tentam chamar a atenção com seus atos, na esperança de que
possam ser considerados habilidosos e consigam um bom emprego em grandes
empresas de segurança.
Entre os sites desfigurados pelo adolescente, que usava o apelido
"s3r14l k1ll3r" (serial killer), estão a página
do Hospital Universitário de Quioto (espelho), páginas de
escolas secundárias e de uma empresa de informática de Tóquio. O grupo
alterava as páginas usando textos em inglês e português.
Após a prisão de "serial killer", outros membros do Cyber
Lords modificaram algumas páginas e incluíram referências à prisão do
cracker, como se pode ver neste
espelho do site do Ministerio de Vivienda, Ordenamiento
Territorial y Medio Ambiente do Uruguai, pichado neste final de semana.
InfoGuerra conversou via IRC com um dos membros do grupo, também
brasileiro, que usa o apelido de "No0b". Ele contou que
"serial killer", apesar de ter nascido no Brasil, é filho de
pais japoneses e mora no Japão há mais de dez anos. O cracker também
disse que, atualmente, o grupo tem apenas três integrantes, contando com
o adolescente preso. Os outros membros teriam se afastado do grupo para
permanecerem anônimos.
Segundo a versão online do jornal Daily
Yomiuri, a polícia japonesa estava investigando o grupo desde
março deste ano, quando teria recebido pistas da Interpol. Os oito
membros teriam se conhecido num site para hackers e trocavam informações
sobre programas para atacar computadores e explorar vulnerabilidades. O
grupo se tornou famoso depois de atacar cerca de 60 sites sul-coreanos
simultaneamente em março.
Info Guerra
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