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Espertos
conseguem reciclar câmeras descartáveis
Rafael Rigues
Entusiastas descobriram como "reciclar" em casa câmeras
digitais descartáveis vendidas a preços baixíssimos em grandes redes de
lojas nos EUA. As lojas têm prejuízo, mas os usuários destemidos ganham
uma excelente forma de começar no mundo da fotografia digital.
A primeira câmera
digital a ser "hackeada"
foi a Dakota Digital, vendida pela rede de lojas Ritz/Wolf Camera e
produzida pela PureDigital. Por US$ 11 você consegue uma câmera digital
de 1.2 megapixels com Flash, capaz de tirar 25 fotos. Para revelá-las,
você deve retornar a câmera a uma loja autorizada, e pagar uma taxa de
mais US$ 11.
Menos de quatro meses após
seu lançamento, entusiastas descobriram que com um cabo modificado, solda
e um pouquinho de coragem é possível criar uma interface USB para
conectar a câmera ao computador. Também foi descoberto que um dos
grandes problemas da câmera, as imagens fora de foco, eram causadas pelo
ajuste nada preciso da lente, presa no lugar com um simples pingo de cola.
Ajustando-a adequadamente, a qualidade das imagens melhora bastante.
Software foi criado para acessar as fotos, e agora é possível descarregá-las
em qualquer computador rodando Linux, Windows ou Mac OS X.
Vendidas pelo mesmo preço,
mas com eletrônica ligeiramente diferente, as câmeras da rede de lojas WalGreens
foram o próximo alvo. A modificação é ainda mais fácil: basta remover
uma plaquinha interna, que contém a memória flash usada para armazenar
as imagens, e soldar em seu lugar um conector para cartões SmartMedia.
Com isso, as fotos passam a ser armazenadas em um cartão SmartMedia
comum, e podem ser descarregadas em qualquer PC com um leitor compatível,
sem a necessidade de software especial.
Até o momento, nenhuma
das lojas se pronunciou sobre o assunto, mas é de se esperar que não
estejam muito satisfeitas. O lucro não vem da "venda" das câmeras
em si, afinal US$ 11 é um valor muito abaixo do seu custo de produção,
mas do processamento das fotos e do fato de que, ao ser devolvida à loja,
a memória da câmera é zerada e ela é "vendida" a outro
consumidor. É a velha tática de dar o barbeador e vender as lâminas, já
usada pela indústria de suprimentos de impressão.
Magnet
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