Laudo
confirma 4ª morte por raiva humana no CE
Confirmado
o quarto óbito por raiva humana no Ceará. O laudo sobre a morte de
J.B.S., de 3 anos, internado no Hospital São José, em Fortaleza, desde
o último dia 5, foi divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa)
no final da tarde de ontem. Ele morreu na manhã do último domingo.
Residente no município
de Tururu, a 170 quilômetros da Capital, a criança estava internada no
Hospital São José com quadro clínico grave de hidrofobia. J.B. foi
arranhado no rosto e na boca no dia 1º por um cachorro. O pai do menino
matou o animal com um tiro de espingarda, mas não procurou atendimento
médico para a criança.
O primeiro registro de
morte por raiva humana este ano ocorreu em 29 de janeiro quando o
estudante J.P.B., 12, de Maracanaú, morreu vítima da doença. Ele
havia sido mordido em agosto passado pelo cachorro que criava em casa.
Outros dois óbitos
também foram confirmados. H.D.S., de 4 anos, morreu no dia 25 de
fevereiro. Ele havia sido mordido por um cão vadio no bairro Itaperi
dias antes, mas não foi submetido a tratamento. Em H.D.S., os sintomas
da doença surgiram mais rapidamente, apresentando mudança de
comportamento em um dia e, logo no dia seguinte, sendo internado com
crise compulsiva, morreu. A dona de casa M.F.S.C., 41, natural de Umirim,
a 92 quilômetros de Fortaleza, morreu no dia 28 de fevereiro.
Os registros de casos
de raiva estão causando apreensão e medo na população, que busca
atendimento nas unidades de saúde. O Hospital São José, por exemplo,
atendeu nos primeiros nove dias deste mês 378 pacientes mordidos ou
arranhados por animais. Em janeiro, a unidade atendeu 321 pessoas
agredidas por animais, enquanto que em fevereiro o número caiu para
314.
A diretora do São José,
Airtes Vitoriano, informou que o hospital está fazendo apenas o soro.
Os que precisam de vacinação anti-rábica humana estão sendo
encaminhados para os postos de saúde da rede pública do Município.
A procura também tem
sido intensa nos postos de saúde. No Centro de Saúde Paulo Marcelo
Rodrigues, situado na rua 25 de Março (Centro de Fortaleza), 400
pessoas foram atendidos no último domingo para vacinação. Segundo a
enfermeira Flávia Rodrigues, na manhã de ontem foram atendidos 100
pacientes. Todos foram à procura de vacinação. Referência no
tratamento de profilaxia da raiva humana, a unidade estava congestionada
e o atendimento demorado.
A coordenadora do
Centro, Nívea Benevides, justificou a demora explicando que a população
está procurando apenas o Paulo Marcelo Rodrigues. ''Outros postos estão
realizando a vacinação anti-rábica, mas as pessoas só vêm pra cá'',
disse. Doze unidades de saúde realizam a vacina, segundo a Secretaria
Municipal da Saúde. Deste total, sete oferecem vacina anti-rábica
humana (Lineu Jucá, Centro de Saúde Carlos Ribeiro, Centro de Saúde
Virgílio Távora, Gonzaguinha da Barra do Ceará, Centro de Saúde
Meireles, Centro de Saúde Paulo Marcelo e Centro de Saúde Meton de
Alencar). Duas unidades fazem vacinação humana e canina (Centro de Saúde
Rigoberto Romero e Maciel de Brito). O Hospital Gonzaguinha de Messejana
oferece apenas vacinação canina, enquanto que o Hospital Albert Sabin
oferece vacinas especiais e o Hospital São José, soro anti-rábico.
(Colaborou Moema Soares)
Serviço: Informações
no Alô Saúde - Sesa/24 horas (0800-851520) e Centro de Zoonoses de
Fortaleza (488-3256).
Saiba mais
sobre a raiva
Sintomas no animal doente:
- Mudança de comportamento
- Procura por locais escuros
- Rejeição à água e ao vento
- Salivação abundante
- Boca entreaberta
- Agitação
- Alta agressividade, atacando pessoas, objetos e outros animais
- Paralisia das patas traseiras
Obs: Não necessariamente os sintomas se apresentam ao mesmo tempo
Sintomas no homem:
- Dormência no local atingido
- Hipersensibilidade à luz, ao vento e à água
- Febre pouco intensa, que em seguida sobe até 42°C
- Depressão nos primeiros dias
- Agitação em estado avançado
- Espasmos dolorosos na laringe
- Respiração e mastigação dificultadas
Como se prevenir:
- Vacinar cães e gatos anualmente
- Não criar animais silvestres em casa
- Criar animais apenas se tiver condição adequada para tratá-lo
- Não tocar em morcegos
- Evitar contato com animais desconhecidos
- Ao detectar animais suspeitos comunicar aos órgãos responsáveis
O que fazer se for mordido:
- Lavar bem o local com água e sabão e procurar imediatamente uma
unidade de saúde
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