Gêmeos
criam novo sistema de identificação facial
Por
um breve momento, Mohamed Atta apareceu em uma câmera de segurança de
aeroporto antes que embarcasse em um dos aviões usados nos ataques
contra o World Trade Center em 11 de setembro de 2001.
Havia alguma maneira de
a câmera ou seu operador identificar Atta como suspeito antes que ele
seqüestrasse o vôo? Os israelenses Michael e Alex Bronstein acreditam
ter uma resposta.
Os gênios da computação
- gêmeos idênticos de 22 anos, impossíveis de distinguir - aplicaram
uma nova tecnologia ao reconhecimento facial, e ela pode revolucionar a
segurança internacional.
"Eu lhes disse,
brincando, que se conseguissem criar um sistema capaz de distinguir
entre eles, teriam nota 100", contou Ron Kimmel, professor dos gêmeos
Technion Institute, de Haifa.
A tecnologia analisa e
mapeia rostos humanos como superfícies tridimensionais, oferecendo
referência bem mais precisa para a identificação de uma pessoa do que
os sistemas atuais, a maior parte dos quais dependentes de imagens
bidimensionais, conforme Kimmel.
O produto tem o
potencial de atender a uma ampla gama de necessidades de segurança em
um mundo abalado pelos ataques de 11 de setembro e por uma série de
atentados a bomba atribuídos à rede Al-Qaeda, de Osama Bin Laden, da
qual suspeita-se Atta fosse membro.
Kimmel e um antigo
aluno, Assi Elad, já haviam desenvolvido os algoritmos usados como base
do sistema de reconhecimento de rostos. O trabalho dos gêmeos Bronstein
foi criar um scanner tridimensional, com a ajuda do engenheiro Eval
Gordon, e aplicar o método ao reconhecimento de rostos.
Eles disseram que
querem transformar a tecnologia - para a qual uma patente já foi
solicitada nos Estados Unidos - em produto comercial, com aplicações
que variam de segurança em aeroportos a controle de fronteiras e caixas
automáticos.
"Já temos um protótipo
e vimos que a idéia funciona", disse Michael Bronstein.
"Existe esperança de que ele se torne um produto comercial e
permita que todos nos sintamos mais seguros".
A tecnologia registra a
superfície do rosto de uma pessoa por meio de mapeamento com uma série
de padrões de luzes para então gravar as informações como uma imagem
tridimensional em um computador. Com algoritmos similares aos usados em
mecanismos de busca da internet, o computador mede as distâncias entre
o número de pontos pré-definidos na superfície do rosto.
As distâncias são então
reconfiguradas como linhas retas em um espaço tridimensional, criando
uma imagem nova e abstrata, ou uma assinatura, de um rosto humano
construído com cálculos matemáticos precisos. Kimmel e os Bronsteins
afirmam que esta assinatura é mais ou menos única para cada pessoa em
particular.
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