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EUA estudam como controlar seres
geneticamente modificados
Jeff Nesmith
Cox News Service
As agências do governo americanos devem considerar a
obrigatoriedade do uso de "genes suicidas" ou outras
ferramentas biológicas para impedir que organismos modificados
geneticamente espalhem características genéticas artificiais no meio
ambiente, disse um comitê de cientistas.
Em um relatório preparado a pedido do Departamento de Agricultura, um
comitê das Academias Nacionais pediu à agência que considerasse técnicas
de "bioconfinamento" para ajudar a manter os organismos sob
controle.
Tais técnicas incluiriam a adição de características genéticas
que tornem estéreis as formas de vida recém-criadas ou façam com
que destruam a si mesmas após um período de tempo.
Se genes artificiais, que são inseridos em uma planta ou animal para
torná-los mais fortes ou mais produtivos, se espalharem para seus
parentes silvestres, o acidente poderia criar híbridos não previstos
invasivos e difíceis de controlar, alertou o Comitê para
Confinamento Biológico de Organismos Geneticamente Modificados.
O bioconfinamento poderia ser uma técnica para aumentar as medidas de
confinamento físico, como manter os organismos modificados
geneticamente em estufas ou lagos, disse o comitê.
Uma característica genética que faça uma planta matar a si mesma
quando borrifada com certa substância química é um exemplo de tal técnica,
disse o comitê.
Ele pediu que as agências reguladoras considerem a imposição de
tais exigências sobre organismos transgênicos quando analisarem os
pedidos de permissão para uso dos organismos considerados.
"Decidir se e como confinar um organismo modificado geneticamente
não pode ficar para depois", disse T. Kent Kirk, um microbiólogo
da Universidade de Wisconsin, em Madison, que presidiu o comitê.
A hibridação espontânea das culturas agrícolas naturais com
parentes silvestres já criaram algumas plantas invasivas.
Beterrabas normais que não foram modificadas geneticamente cruzaram
com parentes silvestres produzindo beterrabas daninhas na Europa, e
centeio daninho está se espalhando pela Califórnia, um cruzamento
entre o centeio normal e um parente silvestre.
Estudos mostraram que alguns organismos modificados geneticamente também
podem cruzar com parentes silvestres e produzir progênie viável.
Um risco altamente divulgado é de que plantas daninhas invasivas
possam ser criadas se os parentes daninhos adquirirem genes de plantas
modificadas geneticamente para tolerar herbicidas ou resistir a doenças
e pragas.
Outro risco é que um peixe ou molusco transgênico possa escapar e
procriar com contrapartes selvagens ou simplesmente disputar alimentos
com eles.
E mais um risco, disse o comitê, é que humanos possam acidentalmente
consumir genes prejudiciais inseridos em plantações para produção
de medicamentos ou produtos químicos industriais.
Margaret Mellon, uma especialista em organismos modificados
geneticamente da União dos Cientistas Preocupados, apontou que quando
o governo encomendou o relatório, ele não pediu ao comitê que
considerasse o que fazer em casos onde nenhuma técnica de
bioconfinamento esteja disponível.
"Mas fico encorajada com o fato de que até mesmo pessoas no
governo Bush compreendam que há uma crescente preocupação na
comunidade científica e na população em torno da liberação de
organismos geneticamente modificados", disse ela.
Tradução: George El Khouri Andolfato
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