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Celulares
confundem vôo de pombos-correio
Rafael Rigues
Além da concorrência do rádio, telefone e, mais
recentemente, e-mail, os pombos-correio agora
enfrentam outro problema com a tecnologia. Torres de
telefonia celular podem estar interferindo no
mecanismo natural que as aves usam para retornar ao
seu ponto de partida.
Segundo a Royal Pigeon Racing Association, entidade
inglesa que organiza corridas com as aves, o número
de retornos de pombos-correio vem caindo nos últimos
dois anos, em contraste com o aumento no número de
torres de telefonia celular instaladas. Acredita-se
que os pombos usam pontos de referência na paisagem,
além do campo magnético do planeta, para encontrar o
caminho de volta. O sinal emitido pela torres
atrapalharia a capacidade do pombo de sentir o campo
magnético, impedindo o seu retorno.
Infelizmente, o único meio de determinar com
certeza se isto está acontecendo é amarrar unidades
GPS às aves, como já é feito com falcões-peregrinos
e albatrozes. O problema é que estas unidades ainda são
grandes demais para serem carregadas pelos pombos,
impossibilitando seu uso.
Pesquisas feitas por cientistas alemães em 1999
reforçam a hipótese de que a radiação eletromagnética
tem um impacto negativo "ainda não totalmente
definido" nos pombos. As cobaias ficavam
estressadas, doentes, e evitavam chegar perto da fonte
do sinal. Criadores que vivem perto de torres de
telefonia observaram o mesmo efeito em seus pombos,
com um alto índice de perda de aves.
Magnet
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