Spam afasta
consumidores desconfiados da Internet
O crescimento exponencial da quantidade de
e-mails comerciais não solicitados, conhecidos como spam, está abalando
a confiança dos consumidores na Internet e pode prejudicar o crescimento
do comércio eletrônico, disseram hoje que os participantes de uma reunião
mundial cujo tema é o combate ao spam.
Uma pesquisa publicada pelo Trans-Atlantic Consumer Dialogue (TACD), um
grupo de defesa do consumidor, demonstrou que 52 por cento dos
entrevistados estão comprando menos, ou nada, na Internet devido ao medo
de receberem spam depois disso. "É bastante claro que a maioria dos
cidadãos está muito incomodada com os e-mails comerciais não
solicitados", afirma a pesquisa, divulgada em uma reunião sobre o
spam promovida pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE).
"Ficou também muito claro que as empresas legítimas estão
perdendo dinheiro porque a reputação negativa do spam está deixando os
consumidores inseguros quanto a participar de transações de comércio
eletrônico", afirma o estudo.
Os dados da Brightmail, uma empresa de software contra o spam,
demonstram que os e-mails não solicitados respondem por metade do volume
de correio eletrônico enviado no mundo. Filtrar e limpar essas mensagens
representa custo cada vez maior para as empresas e consumidores.
Uma maioria esmagadora dos mais de 20 mil respondentes à pesquisa da
TACD disse odiar ou estar irritada com o spam, e que gostaria de ver a prática
proibida. "Se o ritmo atual se mantiver, em cinco anos não acho que
a Internet continuará muito popular", disse Marc Rotenberg, do
Electronic Privacy Information Centre, um grupo de defesa das liberdades
civis, durante a conferência sobre o spam.
A OCDE está pedindo aos governos que dediquem recursos para combater o
problema das irritantes ofertas de produtos sexuais e empréstimos
baratos, as quais também estão sendo usadas para a transmissão de vírus
destrutivos.
A Câmara Americana de Comércio e a União Européia estimam o custo
do problema em US$ 11,5 bilhões anuais em termos de produtividade e tempo
perdido, para as empresas norte-americanas e européias. E a Conferência
das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento estima que o impacto
econômico mundial possa atingir os US$ 20 bilhões.
Reuters
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