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Da fruta ao pó
Cearenses criam o pó de água-de-coco
Neila Fontenele – Fortaleza (CE)
Excelente hidratante e diurético natural, a
água-de-coco virou pó. A tecnologia foi criada
por três cientistas da Universidade Estadual do Ceará e está em fase de
certificação. O pó de coco serve para fabricar bebidas de reposição energética,
mas seu forte é o uso como conservante de órgãos para transplante, como a córnea,
ou como diluente no processo de inseminação artificial de animais. O pó de
coco mantém as características físico-químicas da fruta, dizem os
cientistas. Para o consumidor, foram criados sucos de frutas tropicais, que no
futuro seriam misturados ao pó e vendidos em sachês. Isso ainda demora porque
os cientistas buscam parceiros para financiar a empreitada.
Os estudos começaram em 1984, quando o doutor em reprodução animal
José Ferreira Nunes registrou a patente da tecnologia. Depois, ele se associou
ao médico João Monteiro Gondim e à veterinária Cristiane Salgueiro, com o
objetivo de usar o pó para conservar sêmen de animais. Misturado à água
destilada, o pó também prolonga a durabilidade das vacinas para aves, o que
reduz o custo nas granjas. Para viabilizar a produção, o trio montou a ACP
Biotecnologia, vinculada ao Parque de Desenvolvimento Tecnológico de Fortaleza.
Com apenas uma máquina, a empresa tem capacidade para produzir 500 gramas ao
dia, o que é insuficiente para colocar o produto no mercado. Muito menos para
atender ao sonho de exportar água-de-coco para o mundo.
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