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Identificada
colisão que quase exterminou a vida no planeta
Da Redação
Em São Paulo
Uma pesquisa feita por cientistas norte-americanos e
australianos aponta uma região da Austrália como provável local
onde um meteoro teria se chocado, no Período Permiano (entre 290 milhões
e 248 milhões de anos atrás), ocasionando mudanças no planeta e
levando ao desaparecimento em massa de um grande número de organismos
Até então, não haviam sido encontrados locais onde poderia ter
ocorrido o impacto há cerca de 250 milhões de anos, que teria levado
à chamada Grande Extinção, quando então 90% da vida marinha e 80%
da vida terrestre podem ter sido extintas.
O estudo, publicado na edição de 14 de maio da revista Science, foi
liderado pela astrobióloga Luann Becker, da Universidade da Califórnia
em Santa Bárbara (UCSB). Os pesquisadores encontraram um grande número
de evidências em uma cratera com cerca de 200 quilômetros de diâmetro
na costa noroeste da Austrália. Segundo eles, as descobertas se
encaixam com a extinção em massa que teria ocorrido no fim do
Permiano, quando o mundo era formada por uma grande massa de terra
conhecida como Pangea e um superoceano chamado Pantalassa.
Entre as pistas descobertas estão diversas amostras de quartzo
modificado por um forte choque. "Pouquíssimas circunstâncias
terrestres têm a possibilidade de desfigurar o quartzo dessa forma,
mesmo as elevadas temperaturas e pressões encontradas nas profundezas
do planeta", disse Luann em comunicado da UCSB.
O estudo se tornou possível quando a cientista norte-americana soube
que empresas petrolíferas haviam perfurado a região nas décadas de
70 e 80, expondo seu interior. A cratera está associada a um período
de extremo vulcanismo e à quebra da Pangea. "Acreditamos que
extinções em massa podem ter sido definidas por catástrofes, como
impactos de meteoros e vulcanismo, ocorridas num mesmo período",
disse Luann.
Com Agência Fapesp
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