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Fraudes online criam milionários
"reais" na Nigéria
Em Lagos,
capital e maior cidade da Nigéria, uma nova forma de "negócio" está em
franca expansão. A cidade, que já tem fama de ser a capital mundial dos
golpes via rede, tem visto nascer toda uma nova geração de fraudadores
online. Não há leis contra o cibercrime no país e as autoridades negam
que tais fraudes existam. As informações são do site CNN Money.
Um desses fraudadores, de 14 anos, tem
o apelido de Akin. O adolescente passa seus dias em cibercafés e já
ganha o suficiente para manter não só os pais como numerosos parentes.
Akin compra coisas na internet usando identidades e números de cartões
de crédito roubados. Ele usa endereços de amigos na Europa para receber
as mercadorias. Seus contatos então reenviam os itens para Lagos, onde
são vendidos no mercado negro.
O rapaz gasta mais de dez horas por
dia, sete dias na semana em cibercafés, trabalhando em suas fraudes. Ele
não é o único: o café vive lotado de adolescentes que trabalham para um
"gerente" que compra o tempo diante do micro e os contrata para extrair
emails e informações sobre cartões de crédito. O gerente leva 60% do
ganho, separando cerca de 20% para manter afastados a polícia e
eventuais professores reclamando da ausência dos garotos na escola.
Mesmo assim ainda sobra muito dinheiro para os adolescentes.
Os garotos perpetram todo tipo de
crimes online em suas horas surfando na rede: interceptação de
telegramas monetários, seqüestro de itens da Western Union, lavagem de
cheques, roubo de identidades e até mesmo enviando pedidos de dinheiro
com estórias de parentes à beira da morte ou oferecendo largas quantias
de dinheiro em busca de um lugar seguro para depósito, assim como
fraudes mais clássicas, como se passar por mulheres ou usar mulheres
para seduzir e explorar homens em sites de encontro.
Não há leis coerentes no país relativas
a fraudes eletrônicas, grande parte da força policial é analfabeta em
informática e as penas aplicáveis a crimes financeiros são brandas.
Oficiais do governo dizem ignorar a existência das fraudes e alguns
chegam a rir e considerar o assunto propaganda política ocidental.
Em novembro, contudo, a Comissão contra
Crimes Financeiros e Fraudes Econômicas venceu um caso que se arrastava
há anos contra Emmanuel Nwude, condenado a 25 anos de prisão por roubar
US$ 242 milhões de um banco brasileiro através de uma fraude via
internet usando ordens de pagamento falsificadas.
Alguns oficiais consideram que os
jovens são atraídos para o crime online como uma forma de se vingar de
uma sociedade que não tem planos para eles. Outros vêem isso como uma
forma de reparação pelos pecados cometidos pelo Oeste. Como Akin diz:
"brancos são muito crédulos. Eles são ricos, e qualquer coisa que eu
tire deles não passa de uns trocados."
Magnet
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