China garante que seus hackers são estudantes, não espiões

Muitos ataques recentes de hackers chineses a sistemas de informática ocidentais foram cometidos por estudantes de informática e especialistas em Internet, não por espiões ou soldados do Exército, afirmou o vice-ministro de Informação da China, citado hoje pela imprensa chinesa.

Com freqüência foram "estudantes universitários que aprenderam avançadas tecnologias de informação" e que não tinham atuado com a intenção de causar dano, disse o vice-ministro Lou Qinjian, citado pelo jornal South China Morning Post, de Hong Kong. Ele deu uma entrevista coletiva durante o Congresso do Partido Comunista da China (PCCh).

Em agosto e setembro, Alemanha, Estados Unidos, Reino Unido e Nova Zelândia denunciaram ataques aos sistemas de seus Governos por parte de hackers chineses do Exército de Libertação Popular (ELP).

Lou, na ocasião, se defendeu dizendo que a China era mais atacada que o Ocidente por piratas cibernéticos. Desta vez, ele opinou que "não é justo dizer simplesmente que são cometidos por um país contra outro", quando há apenas ações individuais de hackers.

O vice-ministro garantiu que China dedica muita atenção à segurança na Internet e apóia outros países na luta contra os crimes cibernéticos. Em agosto, o site do Diário do Povo, jornal porta-voz do PCCh, foi atacado por piratas, que colocaram frases obscenas numa de suas páginas.

Lou defendeu também na entrevista coletiva a polêmica censura que o Governo chinês exerce sobre a Internet. "A tecnologia da informação deve servir ao desenvolvimento do país. A informação prejudicial ao Estado precisa ser limitada", justificou o vice-ministro.

A China, um dos países com maior censura da rede, é ao mesmo tempo a segunda maior comunidade de internautas do mundo, com mais de 170 milhões.

EFE

 

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