BRASÍLIA - Os recursos de interatividade
no modelo brasileiro de TV digital
estarão disponíveis em etapas e não
poderão ser utilizados de imediato.
A informação foi dada pelo ministro
das Comunicações, Hélio Costa, em
entrevista coletiva concedida pela
internet a jornalistas de todo o país.
O ministro, lembrando exemplos
estrangeiros, alegou não serem justas as
críticas referentes ao tema. “Na Europa
não existe plena interatividade, nos
Estados unidos não tem nada e são países
em estágio mais avançado. Ela [a
interatividade] é um passo e não pode
ser cobrada do Brasil agora.”
Hélio Costa explicou que as etapas da
interatividade partiriam da linha
telefônica para, posteriormente, avançar
por meio da internet sem fio e do
próprio terminal de acesso. Ele comparou
o processo à implantação da TV a cores
no Brasil, na década de 70, que também
se deu por etapas, da capital para o
interior e com sofisticação crescente
dos aparelhos.
“Estamos dando um passo
importantíssimo, nos aparelhando para
disputarmos uma posição de liderança na
América do Sul, igualando-nos à Europa e
próximos aos Estados Unidos. Planejamos
um sistema dentro do poder público,
conforme o decreto do presidente Lula”,
ressaltou Costa.
Além da interatividade, um dos
principais benefícios do novo sistema
para os telespectadores é a definição de
imagem. Sobre isso, o ministro lembrou
que estão à venda no mercado televisores
de plasma e de LCD que não evitam as
distorções.
Costa defendeu uma atuação do Procon
para coibir falsas promessas das lojas
que vendem aparelhos modernos e prometem
uma qualidade de imagem que não existe.
O ministro sugeriu um procedimento aos
consumidores, para que não sejam
lesados.
“Num televisor com 480 linhas,
jogadores de futebol ficam
irreconhecíveis em uma transmissão. Na
primeira pergunta ao vendedor, deve-se
pedir preços dos aparelhos de plasma ou
LCD com no mínimo 720 linhas e registro
disso na nota fiscal.”