SÃO PAULO - Em palestra no Fórum de
Davos, Bill Gates pediu que as
companhias “sejam mais criativas e
inclusivas”.
Convidado para participar do debate
“Capitalismo Criativo”, no Fórum
Econômico Mundial, que acontece esta
semana em Davos, na Suíça, Bill Gates
elogiou o capitalismo por fomentar a
invenção e a criatividade, mas afirmou
que há muitas falhas no sistema.
A principal delas, segundo Gates, é
excluir pessoas do acesso a bens
fundamentais, como saúde e educação.
“Agora que estou deixando a Microsoft
intensifiquei meus contatos com bancos,
empresas de telecom e fabricantes de
medicamentos. Meu esforço é demonstrar
para estas companhias como elas podem
ser mais criativas e comprometidas em
voltar suas atividades para o conjunto
da sociedade e não para excluir
pessoas”, disse Gates.
"O esforço criativo das empresas
freqüentemente ignora as reais
necessidades de localidades pobres do
mundo", disse.
O chairman da Microsoft deixa a
companhia em julho e vai se dedicar
exclusivamente a Bill and Mellinda Gates
Foundation, que implementa projetos
especialmente nas áreas de saúde e
educação em países emergentes.
A própria Microsoft tem feito um
esforço para disponibilizar suas
tecnologias para usuários na África,
Ásia e América Latina por preços
especialmente baixos, como pacotes como
Windows e Office por US$ 3 para fins
educacionais. A empresa desenvolve, em
parceira com a OLPC, uma versão do
Windows XP para o laptop de US$ 100.
Seus críticos, no entanto, afirmam
que não é a solidariedade, mas o avanço
do Linux e da pirataria que empurram a
Microsoft a oferecer suas tecnologias
por preços baixos em projetos
educacionais de países pobres.
Participam do encontro em Davos os
principais chefes de Estado e
representantes das maiores empresas e
instituições financeiras do mundo.
A palestra de Gates e outros debates
do Fórum de Davos estão disponíveis, em
vídeos, no
site do Fórum Econômico.