LONDRES - Mais de metade dos professores
entrevistados em uma pesquisa britânica
disseram acreditar que trabalhos
plagiados da internet representam um
problema.
Alguns estudantes que copiam textos
encontrados no Google, afirmam, são tão
preguiçosos que nem mesmo apagam os
anúncios que acompanham os textos que
eles recortam e colam.
A pesquisa da Association of Teachers
and Lecturers (ATL) distribuiu aos
professores britânicos um questionário
de pesquisa, e os resultados indicam que
58% deles encontraram casos de plágio em
trabalhos de alunos de segundo grau.
Gill Bullen, do Itchen College, em
Southampton, por exemplo, disse que dois
alunos apresentaram o mesmo trabalho,
"e, aliás, significativamente melhor do
que qualquer um dos dois poderia ter
realizado."
"Não apenas isso", acrescentou: "Os
trabalhos não respondiam à pergunta que
propus."
Um professor de Leeds comentou que
"havia um trabalho tão flagrantemente
´copiado e colado´ que incluía até os
anúncios da página de web".
Connie Robinson, do Stockton
Riverside College, em Stockton on Tees,
disse que "no caso dos estudantes menos
habilidosos é fácil perceber plágios, já
que o estilo do texto tende a mudar no
meio do trabalho, mas no caso dos mais
capacitados os professores
ocasionalmente têm de pesquisar na
internet a fonte do plágio".
Mary Bousted, secretária geral da ATL,
disse que "os professores têm de revirar
uma montanha de cópias e é difícil
determinar se os trabalhos são obra dos
alunos ou plágios".
Ela pediu medidas rigorosas de
combate ao plágio, e quer ajuda dos
conselhos que organizam os exames
educacionais britânicos e do governo, em
forma de recursos e de técnicas que
ajudem a desvendar as trapaças.
Os 58 por cento de professores que
consideram que o plágio é um problema
estimaram que mais de um quarto dos
trabalhos entregues pelos alunos incluem
plágios.
Mas há quem discorde. Diana Baker, do
Emmanuel College, em Durham, disse
acreditar "que a maioria dos estudantes
que se envolvem em plágios o fazem mais
por ignorância do que por vontade de
trapacear".
"Eles realmente prefeririam ter
sucesso por méritos próprios", comentou.