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Brasil tem cerca
de 1,8 milhão de downloads ilegais por ano
Aproximadamente 1,8 bilhão de downloads
são baixados ilegalmente no Brasil ao ano, afirma um relatório da
Federação Internacional de Produtores Fonográficos (IFPI).
O Relatório de Música Digital 2008, divulgado hoje pelo órgão, indica
que cerca de 64% dos arquivos baixados ilegalmente são feitos por
consumidores pertencentes a classes econômicas favorecidas. Além disso,
o mercado fonográfico nacional sofreu perdas de até 50% no primeiro
semestre.
A entidade anunciou no trabalho que o segmento de música digital
cresceu 40% em 2007, mas denunciou que, para cada download legal, 20
músicas foram adquiridas de forma ilícita.
O relatório indica que a China é o país do mundo com maior percentual
de usuários - cerca de 99% - que fazem downloads ilegais, enquanto na
Europa a Espanha lidera a lista, com 35%.
Em 2007, a venda de música pela Internet e através de celulares
alcançou US$ 2,9 bilhões, o que supõe 15% da indústria fonográfica, que
em 2006 era de 11%. No ano passado, foram feitos 1,7 bilhão de downloads
de forma legal, 53% a mais que no ano anterior.
Frente a esse número, porém, outros bilhões de arquivos ilegais foram
baixados. A IFPI assinala que, no continente europeu, a Espanha e a
Holanda são, nesta ordem, os países onde mais são feitos downloads
ilegais, com 35% e 28%, respectivamente, de usuários da rede que fazem
isso regularmente.
Na América Latina, a pirataria se expandiu rapidamente. Calcula-se
que no México 2,6 bilhões de downloads ilegais sejam feitos anualmente.
No país, 64% dos downloads também são feitos por consumidores de classes
econômicas favorecidas. O mercado fonográfico mexicano sofreu perdas de
25% no ano passado.
A nação com o maior percentual de músicas baixadas ilicitamente é a
China, chegando a 99%, em relação a um mercado legal de apenas 50
milhões de euros - 1% do global.
A venda de música digital é o segundo segmento que mais cresce em
comercialização - 15% da totalidade do negócio, e 30% nos Estados Unidos
-, enquanto jornais e cinema representam apenas 7% e 3%,
respectivamente. A IFPI assegurou, em comunicado, que o crescimento do
mercado de música digital não compensa a queda das vendas de CDs, e
pediu aos Governos e à União Européia (UE) que solicitem urgentemente
aos provedores de internet um papel mais ativo na proteção da música
digital.
A Federação pretende que os provedores de serviços digitais controlem
a música sem licença, afastando os clientes que reincidam nos downloads
ilegais, e usando filtros para detectar os sites que os permitam.
O órgão elogiou o plano de luta contra a pirataria adotado pelo
presidente francês, Nicolas Sarkozy, e os impulsos dados no Reino Unido,
na Suécia e na Bélgica.
Atualmente, há, segundo a Federação, mais de 500 provedores legais de
música na Internet, que oferecem cerca de seis milhões de canções, um
número quatro vezes maior do que a música comercializada nas lojas
físicas.
EFE
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