BRUNO ROMANI
colaboração para a Folha de S.Paulo, em Berkeley
Transformar o ato de assistir à televisão on-line em evento social coletivo, como ocorre no mundo real, é um dos desafios dos sites que hospedam vídeo. Na semana passada, o Watchitoo (watchitoo.com) debutou na rede com a sua solução para reunir pessoas sob a mesma tela de vídeo.
No site, os usuários podem criar salas de exibição de vídeo (que podem ser privadas ou públicas), que sincronizam a imagem entre computadores, permitindo que todos assistam à mesma coisa ao mesmo tempo. A fonte do conteúdo? O YouTube, é claro.
O maior desafio do serviço é quebrar a resistência dos internautas a esse tipo de experiência coletiva. Nos Estados Unidos, a rede de televisão CBS apostou na ideia e fracassou, mesmo com programas famosos e qualidade de imagem superior à do YouTube.
Além disso, no país, o Hulu (hulu.com) é o detentor de programas de televisão populares, o que pode se traduzir em falta de conteúdo para o Watchitoo. Porém, no Brasil, onde o YouTube hospeda conteúdo rico, existe chance de sucesso.
O Watchitoo demonstrou ter absorvido todos os conceitos famosos da web 2.0. Capacidade para adicionar amigos como rede social? Checado. Microblog estilo Twitter? Checado. Ferramentas para interação e colaboração? Checado.
Enquanto assistem aos vídeos, os usuários podem interagir via bate-papo, no canto esquerdo da tela, ou via webcam, no canto direito. Até cinco webcams podem estar ligadas enquanto a tela central exibe os vídeos do YouTube.
Com tantos vídeos, o consumo da banda de internet é inevitável, o que pode gerar alguns travamentos. Para melhor qualidade, é sempre bom deixar aquele amigo com a conexão mais rápida apertar o play.
Mas não estar no comando não tira dos outros participantes o poder para influenciar. Dependendo das configurações escolhidas para a sala de exibição, todos podem adicionar vídeos à lista a ser vista.