DANIELA ARRAIS
da Folha de S.Paulo
Como a internet vê você? A pergunta é feita
pelo projeto Personas, que faz parte da
exposição Metropath(ologies), que ocorre no MIT
Museum, em Massachusetts, EUA.
Fazendo uma varredura nas informações
disponíveis sobre você na internet, o projeto se
propõe a analisar como lidamos com a grande
quantidade de informações disponíveis no mundo
de hoje.
Para ver como a rede enxerga você, acesse
personas.media.mit.edu. Na caixa de busca,
coloque seu primeiro e seu último nomes. Em
seguida, o buscador mostrará uma mensagem
dizendo que está procurando o que pode --é
interessante ver informações sobre o seu nome
sendo varridas da rede. É curioso, também,
experimentar variações do seu nome.
O resultado é mostrado em uma espécie de
linha do tempo, dividida por cores e agrupadas
por categorias, que incluem de livros a
religião, passando por artes, notícias e
esporte.
A ideia não é oferecer resultados precisos
como os do Google, mas mostrar como as
informações na internet podem ser rearrumadas.
O Personas procura informações disponíveis
sobre você e tenta caracaterizá-lo. A ideia é
"encaixá-lo em uma série de categorias
pré-determinadas que um processo algorítmico
criou a partir de uma massiva quantidade de
dados", diz a explicação do projeto, que foi
criado por Aaron Zinman, com ajuda de Alex
Dragulescu, Yannick Assogba e Judith Donath.
"Personas demonstra os misteriosos insights e
os erros involuntários do computador, como as
descaracterizações causadas pela incapacidade
para separar os dados de vários proprietários de
mesmo nome", diz a explicação, acrescentando que
o projeto quer fazer o espectador refletir sobre
o mundo atual e o futuro, em que histórias
digitais são tão ou mais importantes do que
histórias orais.
Movimentos
Já o projeto We Feel Fine (www.wefeelfine.org)
se define como "uma exploração da emoção humana
em seis movimentos". Para conseguir isso, um
mecanismo de coleta de dados vasculha a internet
a cada dez minutos, buscando informações em
diferentes fontes, como LiveJournal, MySpace,
Blogger, Flickr, Technorati e Google.
Em um dos movimentos, chamado "madness"
(loucura, em tradução livre), você consegue
visualizar o que pessoas ao redor do mundo estão
sentindo -bem, livres, fortes, erradas,
nostálgicas, otimistas, bonitas e diversas
outras sensações são exibidas na tela. Clicando
nelas, você vê a frase completa que as pessoas
escreveram.
Também é possível visualizar os dados por
gênero, idade, localização e escolher, a partir
de uma lista em ordem alfabética, que sentimento
você quer. O projeto, criado por Jonathan Harris
e Sep Kamvar, já coletou mais de 11,4 milhões de
sentimentos, de mais de 2,1 milhões de usuários
únicos.