Duas gerações de Murdochs causaram sensação
na indústria de jornais nas últimas semanas com
uma série de comentários e de ações que sugerem
que o futuro do setor está em cobrar os leitores
por notícias na internet.
Editores em todo o mundo, cansados de perder
na luta contra a queda da receita de
publicidade, estão se apegando às esperanças de
que sua antiga concorrente irá se tornar sua
principal arma para fazer com que consumidores
comecem a pagar por algo que já se acostumaram a
ter de graça.
Ninguém quer ser o primeiro a começar as
cobranças por conteúdo na web e enfrentar a
inevitável perda de leitores para seus
concorrentes ainda gratuitos, mas qualquer
acordo entre as empresas para cobrar por seu
conteúdo corre o risco de ser considerado
anticoncorrencial.
E todos aqueles que veem em Rupert Murdoch um
possível salvador da pátria ¿ ou indústria,
nesse caso ¿ devem lembrar que seu império
midiático News Corp tem fatores únicos a seu
favor.
Negócios de Murdoch como a rede de televisão
inglesa BSkyB poderiam facilmente cobrar um
pouco mais para agregar notícias online aos
pacotes de TV e de banda larga.
Já outros que partem de uma posição menos
favorecida como o jornal inglês Independent
¿ sites que são basicamente uma cópia da versão
impressa com alguns vídeos aqui e ali, comprados
de agências de notícias ¿ sofreriam com a perda
de leitores caso decidissem simplesmente começar
a cobrar por seu conteúdo online.
"Há muita cópia nessa brincadeira. Não tenho
certeza como se cobra por isso", disse o
consultor de internet Michael Coles, que discute
o assunto em seu blog. (www.malcolmcoles.co.uk/blog/charging-online-content/)
.
Exceções a essa regra são o Wall Street
Journal, da News Corp, e o Financial
Times, da Pearson, que cobram por seu
conteúdo online um tanto especializado em
negócios. A Thomson Reuters também cobra por
algumas notícias no site reuters.com.
Usar formas de distribuição como celulares ¿
estratégia que já provou ser um sucesso no Japão
e na China ¿ são alternativas.
A receita com publicidade na indústria global
de jornais chegou ao seu nível mais alto em
2007, e espera-se que encolha mais 15%, ou US$
18,2 bilhões, neste ano, segundo a agência de
mídia ZenithOptimedia, uma vez que leitores têm
migrado para a internet, onde os anúncios são
muito mais baratos.