Para
onde vai
todo o
lixo?
Esta é a
pergunta
que
pesquisadores
do
Instituto
de
Tecnologia
de
Massachusetts
(
MIT),
nos
Estados
Unidos,
estão
tentando
responder
através
de um
projeto
de
monitoramento
de itens
do lixo
com
aparelhos
eletrônicos
de
rastreamento.
Os
trajetos
estão
sendo
mostrados
na
internet
em tempo
real e
em
exposições
que
foram
inauguradas
esta
semana
na Liga
Arquitetural
de Nova
York e
na
Biblioteca
Pública
de
Seattle.
Por meio
do
projeto,
supervisionado
pelo
Laboratório
Senseable
City do
MIT,
três mil
tipos
comuns
de lixo,
a
maioria
de
Seattle,
estarão
sendo
rastreados
pelo
sistema
de
coleta e
tratamento
de lixo
durante
os
próximos
três
meses.
Karin
Landsberg,
42, que
se
descreve
como "nerd
ecológica"
em
Seattle,
ficou
tão
curiosa
que
permitiu
que
pesquisadores
do
Instituto
fossem à
sua casa
no mês
passado
para
selecionar
12 itens
de sua
lata de
lixo e
de
recicláveis
- uma
lata de
feijão,
uma
lâmpada
fluorescente
compacta
- e
acoplar
pequenos
aparelhos
eletrônicos
de
rastreamento
neles.
Seu
lixo
está
agora em
trajeto
para o
lugar
onde irá
morrer
ou
renascer.
A
Liga
Arquitetural
de Nova
York
passou
por um
exercício
de
rastreamento
de lixo
semelhante
como
parte do
mesmo
projeto
quando
transferiu
seus
escritórios
de
Manhattan,
no
centro
da
cidade,
para o
SoHo há
duas
semanas.
Entre os
itens
descartados
que
foram
rastreados
estavam
um copo
de café,
um
arquivo,
uma
estante
de
livros,
um copo
de vinho
quebrado
e uma
garrafa
de
plástico
vazia de
sabonete
líquido.
"Tudo
que eles
conseguem
me dizer
até o
momento
é que
algumas
coisas
passaram
pelo
Lincoln
Tunnel",
disse
Gregory
Wessner,
diretor
de
programas
e
exposições
digitais
da Liga.
"Ele
está a
caminho.
Estamos
muito
entusiasmados
em saber
o que
acontece".
Um
dos
propósitos
do
projeto,
disse
Carlo
Ratti,
diretor
do
laboratório,
é dar às
pessoas
um
sentido
concreto
de seu
impacto
no meio
ambiente,
de uma
maneira
que
possa
levá-las
a mudar
seus
hábitos.
"Se
você ver
onde uma
garrafa
plástica
acaba, a
poucos
quilômetros
de uma
estrada
em um
lixão,
você
pode
decidir
beber
água da
torneira
ou de
alguma
outra
embalagem",
disse
ele.
Coletar,
transportar,
armazenar
e se
livrar
do lixo
é uma
tarefa
cara e
muitas
vezes
complexa
para as
cidades.
Lynn
Brown,
porta-voz
da Waste
Management
Inc. -
uma
companhia
que
administra
tanto
aterros
sanitários
quanto
centros
de
reciclagem
nos
Estados
Unidos e
que está
ajudando
a
financiar
o
projeto
de
rastreamento
com US$
300 mil
- disse
que o
lixo é
transportado
por uma
rede
vasta de
locais
administrados
por
vários
parceiros,
o que
torna
desafiador
encontrar
a
maneira
mais
eficiente
de lidar
com ele.
Isso
também
significa
que há
centenas
de
possíveis
trajetos
para o
lixo.
"De um
ponto de
vista
logístico,
é uma
situação
muito
complicada",
ela
disse.
"Quando
examinamos
como o
lixo é
manejado
em
diferentes
cidades,
comparamos
isso a
flocos
de neve.
Em cada
local é
diferente".
Outros
fatores
também
afetam o
transporte
de
recicláveis
como
metal e
plástico.
Exemplos
disso
são as
flutuações
de
preço,
que
podem
fazer
com que
seja
mais
barato
para uma
companhia
se
livrar
do lixo
do que
reciclá-lo,
a
contaminação,
que
inutiliza
latas e
papéis,
ou o
erro
humano
na
seleção
ou
transporte
de
material.
Mesmo
quando
um item
é
transportado
para
onde
deve ir,
"será
que ele
cai do
navio,
ou do
caminhão,
ou
qualquer
outra
coisa?",
disse
Landsberg,
planejador
de
transporte
para o
Estado
de
Washington.
"Será
que o
lixo de
fato se
transforma
em algo
útil
neste
país?
Será que
tudo é
triturado
e
enviado
para a
China,
onde vai
saber o
que
acontece
com
ele?".
Para
responder
a
algumas
dessas
perguntas,
a equipe
do MIT
está
usando
rastreadores
a
bateria
com base
na
tecnologia
do
telefone
celular.
Os
pesquisadores
dizem
que
levarão
diversos
meses
para
analisar
os dados
gerados
pelos
sinais
de
celular.
Mas eles
já
notaram
que
enquanto
alguns
itens
chegam
ao seu
destino
em
poucos
dias,
outros
podem
levar de
quatro a
cinco
semanas
para
chegar
aos
aterros
sanitários
ou
usinas
de
reciclagem
e
processamento
de lixo.
Em
Seattle,
onde os
pesquisadores
já estão
rastreando
cerca de
500
itens,
uma lata
de
alumínio
de uma
residência
viajou 4
km até
um
centro
de
reciclagem
na
cidade
em menos
de dois
dias.
Em
Nova
York,
onde 50
itens
estão
sendo
rastreados
pelos
escritórios
da Liga
Arquitetural,
uma
garrafa
plástica
de
sabonete
líquido
coletada
na
Madison
Avenue
com a
51st
Street
viajou
cerca de
29 km no
curso de
quatro
dias
para
Kearny,
Nova
Jersey,
e ainda
está em
trajeto
- em
princípio,
para um
centro
de
reciclagem,
disse
Assaf
Biderman,
diretor
associado
do
laboratório
do MIT.
O
rastreamento
tem suas
limitações.
Embora
os
rastreadores
tenham
uma
bateria
com
duração
de dois
a seis
meses e
possam
enviar
sinais
do
exterior,
eles
podem
ser
facilmente
esmagados
em
trânsito
dentro
de
caminhões
de lixo
ou em
instalações
de
processamento.
Biderman
disse
que um
copo de
papel de
uma
residência
de
Seattle
enviou
sinais
durante
sete
dias
antes de
ficar
mudo, e
presume-se
que ele
tenha
sido
destruído.
Mas
os
pesquisadores
dizem
que a
maioria
dos
rastreadores
provavelmente
viaja o
bastante
para
mostrar
o
destino
de cada
item e
quanto
tempo
demoram
para
chegar
até lá,
produzindo
informações
sobre
ineficiências
no
sistema
de
gestão
de lixo.
Nas
próximas
semanas,
espera-se
que o
projeto
ganhe um
componente
internacional,
quando
50 itens
forem
rastreados
em
Londres,
disse
Biderman.
Brown,
da Waste
Management,
disse
que sua
empresa
esperava
que o
experimento
pudesse
no
futuro
ajudar
seus 24
mil
caminhões
de lixo
a
encurtar
trajetos
ou
evitar
suas
sobreposições
e
encontrar
locais
mais
centrais
para
transferência
e
eliminação
de lixo.
Em
última
análise,
disse
ela,
"estamos
procurando
maneiras
de
reciclar
mais e
fazer
tudo de
modo
mais
eficiente".
Brett
Stav,
especialista
sênior
em
planejamento
e
desenvolvimento
da
Seattle
Public
Utilities,
que
coleta
cerca de
21 mil
toneladas
de lixo
e
recicláveis
por dia,
disse
que além
de
ajudar a
logística,
ele via
"um
valor
educacional
imenso"
no
experimento.
"Existe
esse
mundo
oculto
do lixo
e as
ramificações
para as
escolhas
que as
pessoas
fazem",
ele
disse.
"As
pessoas
simplesmente
pegam
seu lixo
e o
colocam
na
calçada,
se
esquecendo
dele e
sem
pensar
sobre
todo o
tempo,
energia
e
dinheiro
colocados
em sua
eliminação".
Landsberg,
de
Seattle,
aprendeu
bem a
lição:
ela tem
tanta
consciência
sobre o
meio
ambiente
que
mantém
um
depósito
de
minhocas
para
transformar
seu lixo
orgânico
em
adubo.
"Se
eu
descobrisse
que o
lixo não
estivesse
indo
para
onde eu
achava,
se ele
fosse
menos
reciclado
do que
eu
esperava",
ela
disse,
"poderia
considerar
comprar
menos de
algo ou
ficar
sem
ele".
"Talvez
a
questão
seja
mais
reduzir
do que
reutilizar".
Mais
informações
sobre o
projeto
e
exemplos
de
alguns
itens
rastreados
podem
ser
visualizados
no
endereço
senseable.mit.edu/trashtrack.
Tradução:
Amy
Traduções
The
New
York
Times