O
laser ioniza as moléculas de
oxigênio e nitrogênio ao redor
do feixe de luz, formando um
“canal de plasma” de moléculas
ionizadas que servem para a
condensação da água.
O trabalho começou pois os pesquisadores achavam muito difícil medir os resultados dos métodos já utilizados para criar precipitações. A técnica de semear de nuvens usando iodeto de prata também não é considerada ideal pois pode ser prejudicial ao meio ambiente.
Em 2008, a equipe já havia usado lasers para disparar cargas elétricas em nuvens – e os cientistas começaram a se perguntar: se criar raios é possível, não seria também fazer chover?
Para testar a ideia, eles usaram uma câmera de laboratório e dispararam pequenos pulsos de laser infravermelho em condições de baixa temperatura e alta umidade (230%). Um segundo laser de menos força foi usado para iluminar a câmara e permitiu que os pesquisadores observassem o que estava acontecendo, medindo as gotas de água produzidas.
A equipe descobriu que, depois que o laser foi disparado, 50 micrometros de água se formaram imediatamente no canal de plasma, criando uma mini-nuvem linear. Três segundos após o disparo, as gotículas se agruparam formando nuvens de 80 micrometros. O volume total de água condensada na câmara aumentou em 50% e a nuvem pôde ser vista a olho nu.
A técnica também foi testada ao ar livre, com o laser sendo disparando no céu de Berlim em diferentes noites com condições de umidade distintas – e os resultados, embora não tão visíveis como em laboratório, já foram muito satisfatórios.
É preciso ressaltar que a pesquisa, publicada na Nature Photonics ainda é inicial, e precisa avançar muito – uma vez que, pro enquanto, a condensação só acontece no canal de plasma. O próximo passo é aplicar o laser em áreas maiores. Ainda também são necessários ajustes no foco, comprimento de onda e duração do pulso.