Felipe Zmoginski, de INFO Online
SÃO PAULO - A maior fabricante de computadores do Brasil comunicou hoje a um grupo de gerentes e alguns diretores sua dispensa da empresa. O movimento sinaliza mudanças na gestão da Positivo, que vê seu valor de mercado derreter na bolsa desde o início do ano.
De acordo com fontes próximas à Positivo, as demissões anunciadas hoje foram poucas e afetaram exclusivamente gestores da companhia. Trabalhadores da linha de montagem de PCs e eletrônicos foram informados que não serão afetados.
Desde janeiro, a empresa acumula baixa de 44% em seus papéis na Bovespa. Só nos últimos 30 dias, a queda das ações da Positivo acumula 28 pontos percentuais.
Os resultados financeiros apresentados pela integradora no terceiro trimestre deste ano desapontaram investidores, apesar o faturamento manter-se alto (R$ 521 milhões), a companhia perdeu lucratividade e market share.
Um analisa de mercado que acompanha a Positivo, avalia que a empresa sofre com a concorrência acirrada de competidores multinacionais no Brasil, como Apple, HP e Dell.
Com a redução de preço dos equipamentos “de grife”, os consumidores de maior renda migraram para estas marcas e empurraram a Positivo para disputar vendas com integradores populares, o que afetou fortemente o lucro da empresa brasileira.
O mesmo analista disse ainda que para reverter esse cenário não faz sentido um plano de demissões em massa, mas cortes nos níveis de gestão e a criação de novas diretorias pode fazer parte de um plano para mudar a estratégia de mercado da Positivo e tentar fazê-la reagir no varejo.
No último trimestre, a Positivo apontou recuo de 74% no lucro líquido.
Procurada pela INFO, a assessoria de imprensa da integradora admitiu demissões, mas não revelou a extensão delas. A empresa deve divulgar um comunicado nas próximas horas.