O primeiro e mais influente blogueiro da China,
Isaac Mao, falou à rede de televisão
CNN
sobre a situação da internet no país dele. Para Mao,
na China, a censura na web funciona como "uma cobra
comendo a própria cauda".
Isaac Mao é reponsável
pela Isaac Technology e é membro do Centro Berkman
para Internet e Sociedade da Universidade de
Harvard, nos EUA. Ele começou a blogar em 2002, na
China, e é conhecido por exercer a função de
blogueiro por de trás da "Grande Muralha" que o
governo chinês impõe ao conteúdo online. "Eu acho
que o problema para o país inteiro é que se
censurarmos mais e mais palavras, nós vamos impedir
o país de alcançar mais e mais inovações", rebateu
Mao sobre as restrições impostas a todos os
chineses.
Mao é crítico ferrenho da postura do governo da
China, mas não se deixa abater pela maneira como
funciona o sistema. "Nós podemos fazer várias coisas
neste ambiente hostil, porque as pessoas encontram
diversas maneiras criativas para burlar a censura.
Se elas não podem falar sobre a revolução Jasmine,
elas falam sobre o chá de jasmine", exemplificou.
Em relação à briga da China com o Google após a
empresa denunciar o país por censurar resultados de
pesquisa, Mao classificou o caso como um teste para
a população chinesa. "Eu acho que o governo chinês
está tentando deminuir a comunicação das pessoas, e
está tentando desacelerar o fluxo de informação na
China", afirmou.
De acordo com a CNN, o ambiente online da China é
um dos mais restritos do mundo. Dezenas de verbetes
e expressões são expressamente retiradas das
pesquisas em sites de busca, como "Empty Chair", que
se refere ao dissidente Liu Xiao Bo, além das
palavras "sexo" e "protesto", por exemplo.
Terra