Chamado de
Aurie
Prisma, ele é um identificador de
cor e dinheiro que funciona com um
leitor de cores, emitindo uma luz e
captando o seu reflexo. A resposta vem
em forma de áudio, em alto falante ou
fone de ouvido; no caso de um objeto, o
aparelho fala a sua cor e, no caso de
dinheiro, sua calibração permite que ele
associe a cor à nota e já diga ao
usuário quanto vale aquela cédula.
“O produto está pronto para ser
comercializado, só não temos o capital
inicial para a produção”, diz o
engenheiro de 28 anos. “Por isso,
colocamos em um site de financiamento
coletivo como uma forma de fazer as
pessoas conhecerem o produto e, a partir
daí, conseguirmos alavancar a produção,
colocarmos em lojas...”. Atualmente, o
custo de cada leitor gira em torno de
R$500 a R$600, o que já significa uma
grande redução se comparado ao valor dos
aparelhos importados, disponíveis no
mercado por cerca de R$1200 e que não
identificam notas de Real.
A ideia é que o valor possa ser ainda
menor caso a empresa consiga patrocínio
ou subsídio. Por enquanto, no entanto, a
página do
Benfeitoria foi a maneira encontrada
para viabilizar a primeira leva do
produto. O site, que recebe apenas
projetos sociais, se encaixa no modelo
de negócio adotado pelo engenheiro e
ainda pouco utilizado no Brasil: o de
empresa social. “As pessoas acham que
somos uma ONG ou uma empresa comum...
Mas estamos em uma área nova , que nem
possui figura jurídica no Brasil ainda”,
explica Gil. A definição de “empresa
social” implica, entre outras coisas,
que a Auire obtém lucros apenas para se
manter .
Talvez por essa postura, que inclui
abrir mão de patentear a tecnologia do
leitor e licenciá-la de forma livre (Creative
Commons), a iniciativa já tenha
arrecadado R$26.930 em doações na página
da Benfeitoria. No entanto, prestes a
completar o tempo máximo na página de
crowdfunding, o projeto ainda precisa de
uma grande quantia para chegar aos R$60
mil desejados. “Se não atingirmos a
meta, devolvemos o dinheiro de quem já
doou”, explica Gil. "Mas isso não
significa desistirmos do projeto, apenas
teremos que continuar buscando
interessados em financiá-lo".