“A associação básica entre volume e imagem pode ser feita em
uma hora”, explica o Dr. Michael Proulx, da Queen Mary
University em Londres. “A experiência da visão, no entanto,
pode levar meses ou anos”, diz. É aí que entram os
psicólogos, como Proulx: a tecnologia transforma imagens em
sons, mas alguém precisa desenvolver as melhores maneiras do
cérebro humano se adaptar ao treinamento.
Durante a 119ª
Convenção Anual da Sociedade Americana de psicologia,
realizada esta semana nos Estados Unidos, o pesquisador
recebeu um prêmio de US$3 mil por seu trabalho aprimorando a
interação entre deficientes visuais e a tecnologia.
“O vOICe é basicamente um programa de computador”,
explica Proulx. “Ele tira fotos e escaneia as colunas de
pixels da esquerda para a direita”, diz. Conforme faz isso,
ele já dá ao usuários a noção de localização do objeto: as
coisas na esquerda são ouvidas no ouvido esquerdo, e as à
direita, no direito.
Os outros controlam se dão por meio do volume e tom.
Quanto mais alto, mais claro; o silêncio representa o preto.
Já a frequência sonora mostra a localização vertical: as
mais altas indicam algo para cima e as mais baixas, algo
mais abaixo.
“Ele pode ser usado para pessoas que queiram descobrir o
que é um objeto, e onde ele está”, explica Proulx. “A maior
limitação, no entanto, é a velocidade que ele escaneia -
por isso, para locomoção, uma bengala ou cã-guia ainda são
uma melhor opção”.
Cada foto demora de 0,5 a 2 segundos para ser escaneada,
dependendo da prática que a pessoa tem em utilizar o
aparelho. O vOICE foi desenvolvido pelo engenheiro holandês
Dr. Peter Meijer. Ele doou os aparelhos, sem custos, ao Dr.
Proulx para a sua pesquisa.