Dependendo das circunstâncias, afirma o especialista, isso
pode colocar sua reputação em xeque. Então, desacelere. Por
mais divertidas e cativantes que sejam as investidas em
comentários próximos a esse limite, o ideal é manter uma
distância que mantenha sua imagem profissional em segurança.
4. Leve em conta a cultura do público
Não dá também para fazer uma apresentação sem analisar,
em minúcias, as características da plateia. A piada pode até
fazer sucesso na mesa de bar, mas nem sempre (ou quase
nunca) terá a mesma acolhida com o conselho de administração
da sua empresa, por exemplo.
Mais: diferenças geográficas e culturais também pesam
como termômetro para o humor. Em março deste ano, o
presidente mundial do Burger King, o brasileiro Bernardo
Hees, foi ‘vaiado’ pelas mulheres britânicas exatamente por
escorregar neste ponto.
Em uma palestra na Universidade de Chicago (EUA), ele
comentou que as britânicas não eram tão atraentes. A mídia
do Reino Unido repercutiu o comentário.
Horas depois, o departamento de causas femininas do
centro acadêmico da Universidade de Warwick publicou a
seguinte nota: “Se ele enxerga as mulheres como uma
distração em potencial na academia, como ele as vê no
ambiente de trabalho?”
5. Seja claro nas expressões
Após terminar um comentário engraçado, não é necessário
se justificar com a clássica frase: “Foi brincadeira” ou a
variante “brincadeirinha”. De acordo com o especialista, o
caminho é aguçar o teor das suas expressões corporais para
deixar claro de que se trata de uma brincadeira.
“Tem que fazer uma careta, afinar a voz ou mostrar um
gesto mais espetacular”, explica Polito.
A audiência precisa ter certeza de que você não está
falando sério. Segundo o especialista, o ideal é
intensificar isso quanto menor o nível de instrução da
plateia. Aqui, o mestre do humor Charlie Chaplin e sua
maneira caricata de provocar risos pode ser uma boa
inspiração - mas com limites, claro.
Agora, se um oponente (daqueles que curtem puxar o tapete
e colocar você em uma fria) estiver na plateia, hiperbolize
essa postura. Você não pode dar brechas para que ele solte o
verbo contra você apenas porque fingiu não entender que era
apenas uma estratégia de presença de espírito.
6 Treine, treine e treine
“Piada tem que ser contextualizada. Ela tem que ter
timing”, diz Polito. E, por isso, não cabe abrir a
apresentação no trabalho sem treinar antes cada detalhe do
seu discurso – inclusive os espirituosos.
O especialista explica que vale testar as piadas ou
comentários engraçados com outras pessoas antes da
apresentação. Se não der certo com elas (se elas não acharem
graça), lime esse ponto do seu discurso.
7. Não banque o comediante
Agora, se na vida real (longe dos holofotes das
apresentações corporativas) você é pouco espirituoso, não
vale mudar água para o vinho apenas porque está no centro
das atenções. Você precisa ser autêntico e natural durante
cada segundo do seu discurso.
De acordo com o especialista, apesar de ser uma
ferramenta, o humor durante as apresentações não é um
mandamento. E se usado de maneira hiperbólica, pode até
virar um deslize épico.
“Não é uma obrigação. Cada um tem que usar o que tem de
melhor”, diz Polito.