Essa taxa, segundo as empresas de telecomunicações, serviria
para gerir o tráfego e ampliar o investimento das
infraestruturas necessárias para a conexão banda larga fixa.
As teles alegam que essas empresas utilizam a estrutura da
rede para faturar em seus negócios, porém não ajudam a
desenvolver a infraestrutura no país. Hoje é notório que o
faturamento dessas empresas é superior ao das operadoras de
telecomunicações.
Esse tipo de atitude das teles se repete em outros países
há algum tempo. Dados das operadoras revelam que na Europa
as teles teriam investido cerca de 10% da sua renda anual em
investimentos na rede. Já as provedoras de conteúdo, como
Google e Facebook, teriam investido 0,25% de sua receita e
produtoras de tecnologia, como a Apple, teriam gasto 0,86%
do faturamento.
Atualmente, as teles no Brasil ficam proibidas de cobrar
valores a mais de consumidores e empresas que utilizam a
rede de forma excessiva, com alto tráfego de dados como
em serviços de download e streaming.
A Anatel, em contrapartida, estaria relutante em ceder às
pressões das teles,
pois a agência defende abertamente uma neutralidade na rede.
Hoje, a redução na velocidade da conexão é praticada pelas
operadoras móveis em pacotes limitados.
As teles afirmam que pacotes ilimitados só seriam
possíveis em redes de fibra óptica e que sem a possibilidade
de taxar empresas que ajudam a aumentar o tráfego é possível
que haja um aumento nos preços dos pacotes aos usuários.
Mas empresas como o Google não veem motivos para uma nova
taxa e afirmam que já pagam valores consideráveis por
utilizar a rede. Além disso, seus produtos, ao contrário do
que dizem as teles, estimulam um maior consumo de dados,
gerando receita às operadoras.