Manoel referia-se à necessidade de criar uma revista digital
que fosse suportada por diferentes versões do iOS, mas
também pelas diferentes distribuições de Android e que
exibisse publicidade suportada em vários browsers mobile,
como Safari e Opera. “Descobrimos que não criaríamos um
único aplicativo, mas uma dezena deles, compatíveis em
vários sistemas operacionais e tecnologias”, disse.
Ao
multiplicar esse desenvolvimento por mais de 20 marcas
Abril, disse Manoel, a demanda final é pelo desenvolvimento
de centenas de softwares. “Quando pensamos em uma nova
aplicação, planejamos como simplificá-la, pois há muitos
complicadores no caminho, que podem tornar-se armadilhas
para as empresas”, disse.
Manoel defendeu ainda que companhias inovadoras priorizem
cuidados de segurança em seu projeto e citou a recente
invasão da rede de games da Sony como mau exemplo. “A Sony
manteve uma versão de software RedHat desatualizada. Foi uma
desatenção que custou muito caro quando a PSN foi invadida e
mais de 70 milhões de clientes tiveram seus dados de cartão
de crédito expostos”, afirmou.
Tendências
Para o diretor de tecnologia, o crescimento explosivo da
capacidade computacional no mundo permitirá às empresas
monitorar com grande riqueza de detalhes o comportamento de
seus usuários e prever suas necessidades. “Há poucas
semanas, a CNN pagou vinte milhões de dólares pela Zite, uma
empresa que não possui faturamento.
A Zite criou um aplicativo para iPad capaz de gerar
revistas digitais sugerindo conteúdos que o usuário
provavelmente gostará de ler. Eles fazem sugestões baseadas
num algorítimo que analisa por onde este leitor navega e o
que consome nas redes sociais”, disse.
Para Manoel, analisar o comportamento do usuário será
fundamental para oferecer produtos que nem o próprio
consumidor imagina que precisa. “Se você atende a
necessidade de seu usuário em 100%, ele aceita pagar um bom
valor por isso. Mas se atender em 115%, então ele aceitará
pagar muito mais”, afirmou.
Segundo o palestrante, perseguir os 115% de satisfação
foi o fator que levou a Apple a tornar-se a empresa de
tecnologia mais valiosa do mundo, pois seus consumidores
aceitam pagar mais pelo design e experiência oferecidos
pelos produtos da marca. “Como diz Steve Jobs, design não é
só aparência. Design é fazer as coisas funcionarem de um
jeito eficaz”, lembrou.