A polícia mexicana encontrou, no sábado, uma mulher
decapitada, junto com um bilhete que informava que o
assassinato era por causa de postagens que a vítima
fez em redes sociais denunciando crimes de cartéis
de drogas. De acordo com o Daily Mail, o
corpo foi achado na cidade de Nuevo Laredo, e seria
o terceiro homicídio relacionado a informações
divulgadas na web sobre as ações de traficantes na
região fronteiriça do México com os Estados Unidos.
Segundo o secretário de assuntos internos do estado
de Tamaulipas, onde fica o município, Morelos
Canseco, a mulher foi identificada como Marisol
Macias Castaneda, e seria uma das editoras do jornal
local Primera Hora. A publicação não confirma a
informação, e de acordo com um funcionário que não
quis informar o nome, Marisol não trabalhava na
redação, e sim em uma função administrativa.
Mas, aparentemente, o motivo do assassinato não
seria o posto no jornal, e sim um post que a mulher
teria feito na rede social local, Nuevo Laredo en
Vivo (Nuevo Laredo ao Vivo, em tradução livre).
O site divulga informações do exército e da marinha,
bem como da polícia, e tem uma seção de denúncia de
crimes e tiroteios, além de pontos de vendas de
drogas. As postagens são anônimas, e a polícia não
sabe como os homicidas descobriram a identidade de
Marisol.
No bilhete deixado com o corpo, lê-se: "Nuevo
Laredo ao Vivo e outras redes sociais, eu sou A
Garota de Laredo apelido usado no site por quem
postou a denúncia e estou aqui por causa das minhas
informações e das de vocês. Para aqueles que não
acreditam, isso me aconteceu por causa de minha
ações, e por acreditar no exército e na marinha.
Obrigada pela atenção, atenciosamente, A Garota de
Laredo....ZZZZ". A letra Z seria a assinatura do
cartel Los Zetas, formado por ex-militares e que
ganhou fama graças a execuções hediondas e
assassinatos em massa. O mesmo grupo teria assinado
outras duas mortes, em 16 de setembro, também devido
ao uso de redes sociais para denúncias.
Redes sociais, blogs e salas de bate-papo têm
sido um meio crescente de troca de notícias entre
cidadãos das cidades fronteiriças do México, onde o
tráfico de drogas domina as ruas e a mídia local não
reporta certos acontecimentos por medo de
retaliações. Usuários usam as informações para saber
que locais evitar por causa de tiroteios ou presença
de traficantes.
Terra