Em suas simulações em computador, Landman e seus colegas substituíram as gotas de água por gotas de formamida, um material formado por pequenas moléculas polares, cada uma caracterizada por um momento dipolo que é mais do que o dobro daquele das moléculas de água.
Cada gota de formamida tem cerca de 10 nanômetros de diâmetro.
Tudo começou a ficar interessante quando o campo elétrico passou de 0,5 Volt por nanômetro (V/nm), necessário para demonstrar que Geoffrey Taylor tinha razão, e que as moléculas passam de um formato circular para um formato alongado, parecido com uma agulha.
"Aqui aconteceu o momento Eureca," conta Landman. "Quando o campo elétrico foi elevado ainda mais, chegando próximo a um valor de 1,5 V/nm, a agulha de líquido se solidificou."
Rede atômica
Análises posteriores mostraram que a cristalização é marcada por um rearranjo das moléculas em uma rede atômica espacialmente diferenciada, que otimiza as interações entre as pontas positiva e negativa dos dipolos das moléculas vizinhas.
Quando o campo elétrico aplicado foi gradativamente reduzido, a agulha cristalina se liquefez e, quando o campo chegou a zero, ela retomou o formato esférico.
De medicamentos a foguetes
Além do interesse em termos de pesquisa fundamental, a descoberta poderá levar ao desenvolvimento de materiais que possam ser controlados por campos elétricos, com aplicações nas mais diversas áreas.
Os pesquisadores citam, entre as possibilidades, a nanoencapsulação e o despacho guiado de medicamentos para o interior do corpo humano, a impressão de nanoestruturas, a criação de padrões superficiais para fotônica e plasmônica, e até a propulsão de foguetes por eletrodifusão.
Inovação Tecnológica