A empresa também mergulhou no mundo dos aplicativos ao exibir sua
loja de apps, que emula muito do modelo da Apple. Os aplicativos,
programas com funções bastante específicas, são descritos em
detalhes e avaliados por um sistema de estrelas. A Microsoft terá de
aprovar a venda de cada um deles. E cobrará uma comissão de 30%,
mesmo porcentual da Apple. O foco nos apps dominou o lançamento da
nova versão do mais importante sistema operacional do mundo.
“Os aplicativos trazem vida ao sistema”, disse Steven Sinofsky,
presidente da divisão de Windows da Microsoft. “Quantos mais apps
tiver, melhor será sua experiência.”
O Windows 8 representa uma mudança radical de estratégia para a
Microsoft, que tenta recuperar o terreno que perdeu na última década
para Apple e Google.
A nova versão vai rodar tanto em computadores quanto em tablets,
um passo que nem a Apple deu ainda. Foi por isso que a Microsoft fez
o anúncio durante a maior feira de telecomunicações do mundo, a
Mobile World Congress, que aconteceu na semana passada em
Barcelona.
A mudança de paradigma inclui o fim do famoso botão “iniciar”,
uma das marcas históricas do Windows.
O visual do software, no qual programas aparecem na tela em
“quadradinhos” ou “azujelos”, convida ao toque e aproxima a
navegação dos computadores, com mouse, à dos tablets, com os
dedos.
Passo inevitável da integração é o uso intensivo de tecnologia em
nuvem no novo Windows. O sentido geral é permitir que o consumidor
acesse seus dados a partir de qualquer aparelho ou lugar, com um só
nome de usuário.
A versão para testes dos consumidores teve mais de 100 mil
mudanças em relação ao modelo mostrado a desenvolvedores em setembro
do ano passado na Califórnia.
A Microsoft não informou quando o Windows 8 chegará ao mercado. A
versão de teste está disponível para os consumidores e pode ser
baixada gratuitamente no site
preview.windows.com.
Lucro
Mesmo que o Windows 8 obtenha imenso sucesso, ele pode se provar
menos lucrativo para a Microsoft que seus predecessores,
simplesmente porque a companhia não poderá cobrar tanto por um
software para um tablet de US$ 400 quanto cobrava pelo sistema que
acionava um computador pessoal de US$ 1,5 mil. O preço médio do
Windows para computadores pessoais é de cerca de US$ 80 hoje, mas no
caso dos tablets deve ficar em apenas metade desse valor, segundo
analistas da Sanford C Bernstein.
Gazeta do Povo